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Estudo aponta que há várias epidemias em curso no Brasil

Foram analisados dados de brasileiros infectados com o SARS-CoV-2 por idade, gênero, condição econômica, município e região geográfica.

Imagem ilustrativa da notícia Estudo aponta que há várias epidemias em curso no Brasil camera Estudo ouviu 120 mil pessoas em 133 municípios de todo o país entre os dias 25 de janeiro e 24 de abril de 2021. | Divulgação

Talvez você se pergunte sobre como está a situação da Covid-19 no Brasil: qual número de pessoas contaminadas? O índice está caindo ou subindo? A incerteza quanto ao novo coronavírus deixa muitas pessoas apreensivas, mas outras seguem com as suas vidas de forma "normal".

Se fizermos uma análise do primeiro ano da pandemia, o novo coronavírus se espalhou de forma distinta entre as diversas regiões do país. No final de abril de 2021, com a curva de contágio em ascensão, na média, 15% dos brasileiros testados no âmbito do inquérito EPICOVID-19 BR 2 tinham anticorpos contra o SARS-CoV-2.

O estudo é apoiado pela FAPESP e coordenado pelo professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Marcelo Burattini. Cerca de 120 mil pessoas foram testadas em 133 municípios de todo o país entre os dias 25 de janeiro e 24 de abril de 2021.

O EPICOVID-19 BR 2 estudou uma estimava do percentual de brasileiros infectados com o SARS-CoV-2 por idade, gênero, condição econômica, município e região geográfica; determinar o percentual de assintomáticos; avaliar sintomas e morbiletalidade (índice de pessoas mortas em decorrência de uma doença específica dentro de um grupo populacional), além de oferecer subsídio para políticas públicas e avaliação do alcance e impacto das medidas de isolamento social, sejam de lockdown ou de distanciamento social com medidas de proteção, como o uso de máscaras.

Entre os Estados, os índices de soropositividade variam, 9,89% no Ceará a 31,4% no Amazonas, Estado com a maior soroprevalência do Brasil.

“A grande maioria das pessoas da amostra ainda não havia sido vacinada, já que os testes se concentraram entre janeiro e meados de fevereiro, quando o programa nacional de vacinação estava iniciando. Menos de 1% das pessoas testadas afirmou ter recebido vacinas e praticamente nenhuma delas havia recebido as duas doses”, explica Burattini. O inquérito, portanto, não fez distinção entre vacinados e não vacinados.

Sobre as regiões, o estudo também revelou índices diversos. No Sudeste, por exemplo, 19,57% da população do Rio de Janeiro tinha anticorpos contra o coronavírus, percentual semelhante aos 18,73% registrados no Espírito Santo, mas superior à soropositividade média dos paulistas, de 13%.

Foram registradas, ainda, variações entre municípios do mesmo Estado. Em São Paulo, a soroprevalência média em Sorocaba e Bauru foi de 9%; a de Marília, 20% e a de cidades como São José do Rio Preto, Araçatuba, Ribeirão Preto e São José dos Campos variou entre 13% e 15%.

“Esses resultados mostram que há muita variação espacial na epidemia. Temos várias epidemias e não apenas uma no Brasil. Essa variação se estende por todo o país e será um dos objetos de estudo mais detalhado deste projeto”, adianta Burattini.

Já em Araraquara, 258 pessoas foram testadas entre janeiro e meados de fevereiro e o índice de soroprevalência foi baixo, de 4%. Alguns dias depois, entre 21 de fevereiro e 2 de março, a cidade decretou lockdown para conter uma explosão de casos e reduzir a superlotação de unidades de terapia intensiva (UTIs).

“O inquérito registrou um rendimento amostral muito baixo. Poderia explicar parcialmente a explosão de casos verificada posteriormente, mas ainda não podemos afirmar categoricamente”, ressalva.

Segundo Burattini, os resultados preliminares do inquérito sugerem que a soroprevalência registrada é significativamente menor do que as previsões até então divulgadas sobre a proporção de casos assintomáticos faria supor. “Quando tivermos concluído a análise das 133 cidades, comparando os dados desse inquérito com a ocorrência notificada de COVID-19, teremos importantes subsídios para direcionar medidas públicas. Isso provavelmente vai levar a uma nova compreensão da dinâmica da doença e sua ocorrência em nosso meio”, afirma.

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