plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 25°
cotação atual R$


home

_
_

Videodança revela vivências da cidade grande

O processo de isolar uma pequena e repetitiva ação do dia a dia e se concentrar em perceber seus processos pode nos revelar mistérios do mundo contemporâneo. O coletivo Las Caboclas, formado pela professora e bailarina Renata Daibes e pela jornalista, bai

twitter Google News

O processo de isolar uma pequena e repetitiva ação do dia a dia e se concentrar em perceber seus processos pode nos revelar mistérios do mundo contemporâneo. O coletivo Las Caboclas, formado pela professora e bailarina Renata Daibes e pela jornalista, bailarina e pesquisadora de dança Vanessa Hassegawa, surgiu em 2010 em Belém com a proposta de poetizar a vida através da dança e do vídeo. É assim que as artistas encaram a realidade das cidades, como Belém e São Paulo, e revelam pessoas, lendas, situações e vivências, discutindo-as a partir da videodança.

O primeiro trabalho foi o vídeo “Mormaço”, que participou de festivais em São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, México e Bolívia. O formato, conceitual e concreto, é poético, unindo o audiovisual à dança contemporânea, desenvolvendo movimentos do corpo e a relação com espaço em que eles se encontram.

As feiras abertas são agora um assunto que tem chamado atenção da dupla. “O movimento do cotidiano entre as cidades nos inspira. Coisas simples, como a espera do ônibus, o corre-corre das pessoas ouvindo seus iPods. Em janeiro, vamos gravar na feira livre de São Paulo, a partir de fragmentos do dia a dia da feira, como a relação da venda, a euforia das chamadas (pregões) para as vendas, a espera pelo freguês, comer a céu aberto....”, explica a bailarina Vanessa Hassegawa.

Ela completa: “Em São Paulo, o hábito de ir às feiras de bairro está no cotidiano das pessoas, mas parte delas está se acabando. A nova geração tem escolhido os supermercados. As feiras tiram as pessoas de casa para uma comunhão na rua, comer em público, isso é especial para uma cidade tão abarrotada e cheia de individualidades”, explica Vanessa, que conta que o Ver-o-Peso também é um palco possível para próximos vídeos.

VIDEODANÇA

A videodança, como linguagem e experiência, ainda tem tido dificuldade de ser reconhecida em espaços de arte, por unir duas ou mais linguagens. Os festivais de cinema ainda a caracterizam apenas como videoarte, e a proposta não é caracterizada como “espetáculo de dança”, mas já existem festivais específicos para o formato, como a plataforma de videodança internacional, “Prosa, Vídeo e Dança”, que desde 2014 está no calendário de mostras dedicadas a esta arte no país. “Além da mostra anual em São Paulo, já circulamos por Botucatu, Santos e Belém. É incrível exibir trabalhos e ainda ter a oportunidade de discutir esta arte que ainda tem muito a trilhar aqui no Brasil”, diz Vanessa, explicando que é uma forma de desvendar as possiblidades. “Destaco a linguagem contemporânea da dança por meio do vídeo. A dança para a tela - pois pode ser vista pelas mais diferentes telas, do celular ao cinema - é um percurso cheio de possibilidades. O roteiro entre o movimento com a câmera precisa ser alinhavado desde a elaboração, escolha do equipamento até a edição. O maior trunfo da videodança é a possibilidade de dispor este ‘palco’ na internet em canais de vídeo, é democrático e possível de ser visto a qualquer hora”, conclui.

Las Caboclas desenvolvem e aplicam suas pesquisas na contemporaneidade das artes e das vidas. O novo ano traz o ar fresco de novos projetos e a dedicação para o trabalho vem ganhando mais espaço na vida de Vanessa, que já realiza uma pesquisa individual, no formato que chegou até ela em 2009, no Fórum Social Mundial da capital paraense. “Eu tenho a minha pesquisa sobre as referências das ‘encantarias’ da Amazônia paraense, a partir de histórias que ouvi durante minha infância no Pará e que resultaram nas videodanças ‘Encantada’, sobre a Princesa da ilha de Algodoal, e ‘Jurema’, sobre a cabocla protetora das matas. Agora estou gravando ‘Quando a Boiúna Sonha’, sobre as histórias contadas sobre a cobra grande que dorme embaixo de Belém”, revela Vanessa Hassegawa.

(Gustavo Aguiar/Diário do Pará)

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em _

    Leia mais notícias de _. Clique aqui!

    Últimas Notícias