Uma mesa grande, inclinada, com papel branco, lapiseira, régua, borracha. Estes são os instrumentos de trabalho de um quadrinhista. Mas o que surgirá disso, com a precisão no traço, é o que encanta os leitores. Para falar sobre o universo das histórias em quadrinhos, é preciso abordar muitos outros temas, para além do desenho e do enredo. Por isso, será realizado em Belém o “Amazônia Comicon – Festival De Histórias em Quadrinhos e Cultura Pop da Amazônia”, de hoje até domingo, no Colégio Catarina Labouré.

O evento é uma realização do grupo de quadrinhistas Ponto de Fuga, que já atua no Pará há 25 anos, promovendo a divulgação da linguagem artística. “O Amazônia Comicon é um diferencial quando se fala em eventos e multiplicadores de entretenimento em nível regional. Nós queremos transformar Belém na capital amazônica dos quadrinhos, pois sabemos que há muitos profissionais que trabalham no setor, além de um público geek ávido pelas publicações, que se interessa pelos quadrinhos e consome cultura pop”, defende Luiz Cláudio Negrão, organizador do evento. 

A programação inclui oficinas, palestras, mostra de vídeos, exposições e shows, com participação do “padrinho” do evento, o paraense Joe Benett, quadrinista da Marvel e da DC Comics, as duas maiores empresas do mundo. Uma exposição comemorativa apresenta os 30 anos de carreira do artista. Também estarão presentes Klebs Junior, representante do Instituto HQ - Impacto Quadrinhos, e Úrsula Bezerra, diretora de dublagem, ambos de São Paulo. Ele é responsável por agenciar quadrinhistas e auxiliar na profissionalização e entrada no mercado de trabalho. Já ela é conhecida por ser de uma família de dubladores e fazer as vozes dos personagens Goku, de Dragon Ball, e Naruto. 

A dubladora de Naruto, Úrsula Bezerra participa da feira. (Foto: divulgação)

INTERFACE ENTRE DIFERENTES MÍDIAS

O evento também é voltado para discutir a interface da HQ com a educação, levando a programação às universidades, bibliotecas e demais espaços culturais para refletir sobre a utilização da linguagem das HQs como recurso pedagógico em sala de aula, meio de propaganda e expressão artística. “Também sobre a relação com o cinema, fotografia, desenho animado, literatura, internet, onde, através das histórias em quadrinhos, poderemos refletir o meio de comunicação de massa, o debate sobre a acessibilidade cultural, as novas formas de imprensa”, explica Luiz Cláudio. 

De acordo com organizador do Amazônia Comicon, a ideia ainda é ser um festival de caráter regional, para mostrar a cultura amazônica. Este ano, tem como personagens centrais os heróis criados por Joe Bennet para a revista “Esquadrão Amazônia”, de uma extinta rede de telefonia celular. A ideia é aproveitar os desenhos e dar novas histórias aos personagens, já que após a extinção da companhia os direitos autorais voltaram ao autor.

VEJA
Amazônia Comicon
Quando: De hoje a domingo
Onde: Colégio Catarina Labouré (Av. Senador Lemos, esquina com Trav. Alferes Costa)
Informações: 3351-7706

(Dominik Giusti/Diário do Pará)

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