
Em Marabá, município do sudeste do Pará, o Núcleo de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (Natea), vinculado à Policlínica Carajás Miguel Chamon, tem se consolidado como referência para famílias que buscam respostas e acolhimento em casos de autismo. O serviço gratuito, ofertado pelo Governo do Pará por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), oferece avaliação especializada e acompanhamento multiprofissional, com foco no diagnóstico precoce e no desenvolvimento integral da criança.
Uma das beneficiadas é a família de Fabrício Sampaio, de 5 anos, morador de Bom Jesus do Tocantins. O menino está em investigação diagnóstica após apresentar sinais como sensibilidade a barulho. Para a avó, Adriana Sampaio, o atendimento humanizado é um diferencial.

“Ainda estamos na fase de exames, mas já me sinto mais tranquila. A equipe trata meu neto com carinho, explica cada passo e nos escuta de verdade. Isso faz toda a diferença para quem chega cheio de dúvidas”, relata.
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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 70 milhões de pessoas no mundo vivem com Transtorno do Espectro Autista (TEA), condição do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, o comportamento e a interação social. O diagnóstico precoce é apontado como fator decisivo para que a criança receba o cuidado adequado e amplie suas possibilidades de inclusão e autonomia.
Diagnóstico precoce e cuidado personalizado
No Natea, o trabalho da neuropediatria é fundamental. Profissionais especializados avaliam sinais como atraso na fala, dificuldades motoras e alterações de comportamento. A partir dessas observações, são definidas as melhores estratégias de intervenção.
“Nosso objetivo é olhar além dos sintomas e enxergar o potencial de cada criança. Quando o diagnóstico vem no tempo certo, conseguimos orientar a família e iniciar os cuidados, dando à criança oportunidades de se desenvolver e se incluir socialmente”, explicou o neuropediatra Helder Vieira Santos.
O núcleo é gerenciado pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Sespa. A atuação multiprofissional e interdisciplinar permite criar planos terapêuticos individualizados, que consideram aspectos emocionais, cognitivos, motores, comportamentais e sociais.

Como ter acesso ao atendimento?
Para ingressar no atendimento do Natea, as famílias devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) do seu município. Após avaliação médica, o caso é encaminhado à Central de Regulação Municipal e, posteriormente, ao Sistema Estadual de Regulação (SER), que direciona o paciente conforme o perfil clínico.
Segundo a coordenadora do núcleo, Beatriz Barros, o atendimento segue quatro etapas:
- Triagem diagnóstica com a pediatria;
- Avaliação pela equipe multiprofissional;
- Elaboração do plano terapêutico individual;
- Inclusão no programa de intervenção, com acompanhamento contínuo da evolução da criança e da família.
“Nosso trabalho é voltado para um cuidado integral. Cada caso é único, e buscamos construir um ambiente de confiança para que as famílias se sintam acolhidas e orientadas ao longo de todo o processo”, afirma a coordenadora.
A iniciativa reforça o compromisso com a inclusão social, fortalecendo o vínculo entre a rede de saúde e as famílias paraenses. Com foco na escuta, no respeito e na ciência, o Natea se tornou um exemplo de política pública eficiente e sensível às necessidades das pessoas com autismo.
Fonte: Agência Pará
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