O presidente do Sindicato dos Comerciários de Marabá (Sindicom), Raimundo Neto, participou de uma entrevista na manhã desta quarta-feira (24) na Rádio Clube FM, onde buscou tranquilizar a população e o setor produtivo sobre a saúde econômica do município. O gestor rebateu informações que circulam em redes sociais sobre uma suposta crise generalizada, esclarecendo os números reais do mercado local.
Segundo Neto, embora o fechamento de cerca de 500 empresas tenha gerado repercussão, o saldo do ano é amplamente positivo. "Apenas no primeiro trimestre de 2025, Marabá registrou a constituição de mais de 2.800 novas empresas. Se subtrairmos as que fecharam, ainda temos um saldo de 2.300 novos negócios. Não é um número alarmante", pontuou.
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O "Efeito MEI" e as Grandes Obras
O presidente explicou que boa parte das baixas nos registros de CNPJ refere-se a Microempreendedores Individuais (MEIs) e prestadores de serviço que se estabeleceram na cidade para atender grandes obras de infraestrutura. Com a conclusão desses projetos, muitas dessas empresas — muitas vezes individuais e sem sede física no varejo — encerram suas atividades ou voltam para a informalidade.
Outro ponto destacado foi a dificuldade de gestão. "Muitos saem da iniciativa privada com seus direitos trabalhistas e tentam montar um negócio sem preparo. Em três ou quatro meses, ao perceberem a complexidade dos impostos e da operação, acabam fechando", relatou. Atualmente, Marabá conta com mais de 24 mil empresas ativas.
Desafios do Comércio na Marabá Pioneira
Durante a entrevista com o radialista Nonato Dourado, Raimundo Neto analisou a situação específica da Marabá Pioneira (Velha Marabá), que ainda é a maior referência comercial da região, mas enfrenta problemas estruturais.
• Acessibilidade: O desnível das calçadas foi citado como um grande entrave para idosos e pessoas com deficiência.
• Estacionamento: O Sindicom propôs um teste para que lojistas e funcionários evitem estacionar na frente dos estabelecimentos, liberando as vagas da Avenida Antônio Maia para os clientes.
• Mobilidade: Há planos em discussão com o poder público para inverter fluxos de trânsito (entrada pela Antônio Maia e saída pela 7 de Junho) e adequar canteiros centrais para o estacionamento de motocicletas.
Natal de "Lembrancinhas"
Sobre o movimento das festas de fim de ano, Neto admitiu que as vendas estão abaixo da expectativa dos anos anteriores. O cenário de incertezas econômicas nacionais e novas regras tributárias previstas para 2026 têm feito o consumidor e o empresário recuarem. "Este ano, percebemos um Natal de 'lembranças' e não de grandes presentes. O comércio não está tão aquecido quanto deveria, mas seguimos firmes", avaliou.
O Sindicom, que completa 31 anos de atuação, reafirmou seu compromisso em oferecer assessoria jurídica e contábil aos associados para enfrentar os desafios do próximo ano. "A entidade trabalha para que as negociações permaneçam em Marabá e atendam às necessidades locais, sem depender exclusivamente de Belém", concluiu o presidente.

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