O Dicionário Oxford anunciou que "brain rot" (traduzido como "podridão cerebral") foi eleita a Palavra do Ano de 2024 após votação com mais de 37 mil participantes. A expressão descreve a deterioração mental ou intelectual causada pelo consumo excessivo de conteúdos triviais, especialmente em plataformas digitais.
Registrada pela primeira vez em 1854, a expressão ganhou novo significado com a ascensão das redes sociais, tornando-se uma crítica às distrações superficiais que afetam a capacidade de concentração e o pensamento crítico. Um aumento de 230% no uso do termo entre 2023 e 2024 demonstra sua relevância, tanto em discussões humorísticas entre jovens quanto em análises mais sérias sobre saúde mental.
Veja também:
- Queda de avião em fazenda deixa piloto morto no sul do Pará
- Pesquisa revela uso excessivo de redes sociais por menores
- Austrália proíbe redes sociais para crianças a adolescentes
Casper Grathwohl, presidente da Oxford Languages, destacou que o termo reflete preocupações geracionais sobre o impacto da vida virtual, apontando a autoconsciência das gerações Z e Alpha em relação às dinâmicas digitais que moldam suas experiências.
O debate em torno de "brain rot" conecta questões culturais e tecnológicas, reforçando sua pertinência na compreensão do mundo contemporâneo.
Saúde mental em apuros
De acordo com o psicólogo social Dr. Ethan Kross, da Universidade de Michigan, o uso prolongado de redes sociais pode causar uma desconexão progressiva entre a percepção do eu e a realidade, impactando a habilidade de se concentrar e desenvolver pensamento crítico. Ele destaca que a exposição contínua a conteúdos triviais contribui para a ansiedade e a redução de habilidades cognitivas.
Evidências científicas sobre o impacto
Uso de redes sociais e saúde mental: Uma pesquisa publicada pela Revista Brasileira de Psiquiatria identificou que 84% dos jovens entrevistados relataram impactos negativos na qualidade do sono e aumento de ansiedade devido ao uso excessivo de plataformas digitais (rbpp.com.br).
Efeito na memória e aprendizado: Um estudo da Nature Communications apontou que o consumo de conteúdo fragmentado, como vídeos curtos, afeta a memória de trabalho e a habilidade de resolver problemas complexos.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar