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Funkeiro morre de infecção rara; entenda a síndrome

Leandro Abusado morreu aos 40 anos vítima da Síndrome de Fournier, uma condição infecciosa grave que pode causar necrose e morte rápida se não for tratada a tempo.

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Imagem ilustrativa da notícia Funkeiro morre de infecção rara; entenda a síndrome camera O artista de 40 anos morreu na última segunda-feira (28), no Rio de Janeiro, após complicações causadas pela infecção. | Reprodução

A morte do cantor Leandro Rogério, conhecido artisticamente como Leandro Abusado, trouxe à tona uma doença pouco conhecida, mas extremamente perigosa: a Síndrome de Fournier. O artista de 40 anos morreu na última segunda-feira (28), no Rio de Janeiro, após complicações causadas pela infecção.

Leandro estava internado desde março, quando começou a apresentar sintomas como inchaço e dor na região íntima. Em um vídeo publicado nas redes sociais durante a internação, ele relatou ter convivido por cerca de duas semanas com os sintomas antes de procurar atendimento. Ao chegar ao hospital, partes de seu corpo já estavam necrosadas.

Ao chegar ao hospital, partes de seu corpo já estavam necrosadas.
📷 Ao chegar ao hospital, partes de seu corpo já estavam necrosadas. |Reprodução

“Isso tudo é causado por uma bactéria que penetra pela pele e se espalha pelo corpo. Se não se tratar, a bactéria come a carne. Foi o que aconteceu comigo”, relatou o cantor, emocionado.

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Apesar de iniciar o tratamento, o funkeiro não resistiu. Durante o período em que esteve hospitalizado, ele chegou a criar uma vaquinha para ajudar com os custos do tratamento e cuidados especiais, como fraldas geriátricas e medicamentos.

O que é a Síndrome de Fournier?

A Síndrome de Fournier é uma forma grave de fasceíte necrosante, uma infecção bacteriana rara e agressiva que afeta os tecidos moles da região genital, perineal e anal. A doença progride rapidamente, destruindo os tecidos infectados, e pode levar à morte se não for diagnosticada e tratada com urgência.

Entre os sintomas mais comuns estão:

  • Dor intensa e inchaço na região íntima
  • Febre
  • Mau cheiro vindo da área afetada
  • Bolhas ou áreas escuras na pele
  • Sensação de mal-estar generalizado

A condição é mais frequente em homens adultos, especialmente aqueles com comorbidades como diabetes, obesidade ou imunidade baixa. O tratamento exige intervenção cirúrgica imediata para remoção dos tecidos necrosados, uso de antibióticos intravenosos e, em casos mais graves, internação em unidades de terapia intensiva (UTI).

Especialistas alertam para os riscos

Segundo médicos infectologistas, a principal causa da doença é a entrada de bactérias por pequenas lesões na pele, que podem ser provocadas por cortes, pelos encravados ou má higiene. A síndrome não é contagiosa, mas exige atenção redobrada aos primeiros sinais.

Quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chance de recuperação. A Síndrome de Fournier é silenciosa no início, mas pode evoluir rapidamente e ser fatal, explicam os especialistas.

Ainda segundo especialistas, é fundamental buscar ajuda médica ao notar alterações incomuns na região íntima. A automedicação ou o atraso no atendimento são fatores que agravam significativamente o quadro clínico.

Legado artístico e comoção

Leandro Abusado ganhou destaque nos anos 2000 com o grupo Leandro e As Abusadas, em parceria com a cantora Maysa, participando de bailes da Furacão 2000 e conquistando fãs por todo o país. Ele também foi um dos autores do hit “Aqui no Baile do Egito”, que voltou a viralizar recentemente nas redes sociais.

Após sua morte, diversos artistas e fãs prestaram homenagens. Maysa, ex-parceira de palco, escreveu:

“Ainda bem que consegui me despedir de você. Minha risada nunca mais será a mesma.”

Dados e estatísticas sobre a doença

Segundo artigo publicado na revista científica Urology Annals, a mortalidade da Síndrome de Fournier varia entre 20% e 40% dos casos diagnosticados, especialmente quando o tratamento é tardio.

No Brasil, não há estatísticas oficiais consolidadas sobre a doença, mas estimativas apontam que ela atinge cerca de 1,6 a 3 pessoas por 100 mil habitantes ao ano, sendo mais frequente em pessoas entre 50 e 70 anos.

Prevenção: como evitar a síndrome?

A prevenção passa por medidas simples, mas essenciais:

  • Higiene íntima rigorosa, especialmente em dias muito quentes ou após esforço físico;
  • Evitar o uso de roupas íntimas úmidas por longos períodos;
  • Tratar imediatamente feridas, assaduras ou infecções cutâneas;
  • Monitorar condições de risco, como diabetes mal controlado;
  • Procurar atendimento médico diante de qualquer inchaço anormal, dor ou secreção com odor na região íntima.

“A Síndrome de Fournier é uma emergência médica. O diagnóstico precoce pode salvar vidas, enquanto o atraso no atendimento pode ser fatal”, alerta o infectologista Dr. Maurício Almeida, especialista em infecções hospitalares.

Tratamento e chances de recuperação

O tratamento costuma ser agressivo e inclui:

  • Cirurgias para remoção de tecido necrosado
  • Antibióticos intravenosos
  • Internação em UTI
  • Em alguns casos, cirurgias reconstrutivas

Se iniciado nos estágios iniciais, o tratamento pode ser eficaz e preservar a vida do paciente.

Fontes: Urology Annals – Fournier's Gangrene: Current Practices, Sociedade Brasileira de UrologiaMetrópoles

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