A passagem entre os ciclos da educação — seja da Educação Infantil para o Ensino Fundamental ou a chegada ao Ensino Médio — é muito mais do que uma simples mudança de série. Para crianças e adolescentes, esses períodos representam rupturas de rotina e o surgimento de novas responsabilidades que podem gerar estresse e insegurança.
Segundo a psicóloga e neuropsicóloga Joelma Martins, o sucesso desse processo depende diretamente do suporte emocional oferecido pela escola e pela família. "Toda mudança é um processo desafiador e, em determinados casos, até ansiogênico", explica a especialista. Ela ressalta que o planejamento deve contemplar não apenas o conteúdo pedagógico, mas também as expectativas e medos dos estudantes.
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Do lúdico à estrutura: O desafio do Ensino Fundamental
A transição para o Ensino Fundamental é uma das mais sensíveis, pois marca a substituição do brincar livre por uma rotina de horários rígidos e maior cobrança acadêmica. Joelma destaca que uma ruptura brusca no lúdico pode causar ansiedade e atraso na autonomia.
Sinais de alerta para os pais:
• Choros frequentes sem motivo aparente;
• Queixas físicas (dor de cabeça ou de barriga) sem causa médica;
• Alterações no sono ou apetite;
• Regressões comportamentais (como fala infantilizada).
Para suavizar essa fase, a recomendação é manter momentos de brincadeira em casa e valorizar o esforço da criança, e não apenas as notas.
Ensino Médio: Identidade e escolhas sob pressão
Já na chegada ao Ensino Médio, o desafio é outro: a busca pela identidade e a pressão pelo futuro profissional. O período coincide com as transformações da adolescência, o que potencializa oscilações de humor e a necessidade de pertencimento.
A psicóloga reforça que o ambiente familiar deve ser um porto seguro para o diálogo. "Se for um ambiente saudável, com boa comunicação, o adolescente se sentirá seguro para fazer escolhas que façam sentido para ele", afirma Joelma. Incentivar a participação em grupos culturais ou esportivos é uma estratégia eficaz para fortalecer a saúde mental nessa fase.
Quando procurar ajuda profissional?
A especialista orienta que cada aluno tem seu tempo de adaptação, mas é preciso atenção aos excessos. Se os sinais de sofrimento, irritabilidade ou exaustão persistirem por mais de quatro a seis semanas, ou se comprometerem gravemente a rotina da família, é o momento de buscar auxílio.
O acompanhamento pode envolver psicólogos, psicopedagogos ou neuropsicólogos, sempre em um trabalho conjunto com a escola para garantir que a transição seja um degrau de crescimento, e não um obstáculo emocional.
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