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Caso suspeito de mal da “vaca louca” é do sudeste do Pará 

O animal suspeito foi encontrado com sinais de morte por encefalopatia espongiforme bovina (EEB), nome técnico da doença

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Imagem ilustrativa da notícia Caso suspeito de mal da “vaca louca” é do sudeste do Pará  camera O caso ocorreu numa propriedade no sudeste do Pará e não se sabe o município da ocorrência | Reprodução

Está mantido sob sigilo a suspeita da ocorrência de um caso de vaca louca na região sudeste do Pará. Em razão do potencial do estrago econômico que o caso pode resultar, o fato está sendo investigado com o máximo de cautela e sigilo, de acordo com despacho interno do Ministério da Agricultura (MAPA), que afirmou na segunda-feira (20), que “todas as medidas estão sendo adotadas”. A suspeita está em análise laboratorial e o resultado saíra na quarta-feira (22).

O animal suspeito foi encontrado em município do sudeste do Pará com sinais de morte por encefalopatia espongiforme bovina (EEB), nome técnico da doença. A notificação do caso suspeito de mal da vaca louca foi registrado pela Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) e comunicado ao Ministério da Agricultura. Ainda não se sabe o município da ocorrência.

A agência estadual informou que o animal apresentou sintomatologia de doença nervosa e que, “de imediato, fiscais agropecuários seguiram protocolo sanitário, coletando material biológico e encaminhando-o para análise, no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária”.

“Todas as medidas sanitárias preconizadas no protocolo do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) estão sendo adotadas”, assegura a Adepará.

O animal suspeito teria idade avançada (entre sete e oito anos) e, por isso, há a suspeita de que seja um caso atípico, quando ocorre a mutação em um único animal. Nos casos clássicos, o animal é contaminado por causa de sua alimentação, e por isso pode afetar mais de um bovino por vez.

Em 2021, após confirmação de dois casos, as exportações de carne bovina chegaram a ser suspensas
📷 Em 2021, após confirmação de dois casos, as exportações de carne bovina chegaram a ser suspensas |Reprodução

As ocorrências mais recentes de mal da vaca louca foram confirmadas em 2021 pelo Mapa. Tinham sido casos em frigoríficos de Belo Horizonte (MG) e Nova Canaã do Norte (MT). À época, após a confirmação, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) foi notificada oficialmente.

No caso da China, em cumprimento ao protocolo sanitário firmado entre o país e o Brasil, as exportações de carne bovina chegaram a ser suspensas temporariamente.

O surto nos anos 1980 e 1990

A enfermidade é fatal e causou um dos maiores prejuízos da história da pecuária na Europa, quando foi identificado o primeiro grande surto da doença que teve seu auge entre 1992 e 1993, quando foram confirmados quase 100 mil casos no Reino Unido. Estima-se que 180 mil cabeças de gado tenham sido afetadas e mais de 4 milhões de animais foram sacrificados na época. Durante este período, o consumo de carne bovina ficou, inclusive, proibido naquele país.

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O que é a doença da vaca louca?

A doença acomete bovinos adultos de idade mais avançada, provocando a degeneração do sistema nervoso. Como consequência, uma vaca que, a princípio, era calma e de fácil manejo, por exemplo, se torna agressiva, daí o apelido do distúrbio.

A encefalopatia espongiforme bovina, nome científico da doença, é gerada por uma proteína infecciosa chamada príon. O príon já é presente no cérebro de vários mamíferos naturalmente, inclusive no ser humano, contudo, ele pode se tornar patogênico ao adotar uma forma anormal e se multiplicar demasiadamente.

Quando isso acontece, o príon mata os neurônios e no lugar ficam buracos brancos no cérebro, por isso o nome da doença de “espongiforme”, já que os buracos têm a forma semelhante à de uma esponja.

Como a vaca é contaminada?

Existem duas formas principais para o animal adquirir a doença:

• caso de origem atípica: nele, naturalmente, o príon sofre uma mutação, se tornando infeccioso. Quanto mais velho o animal, maior a probabilidade disto acontecer;

• contaminação: por meio do consumo de rações feitas com proteína animal contaminada, como por exemplo, farinha de carne e ossos de outras espécies. No Brasil, é proibido o uso deste tipo de ingrediente na fabricação de ração para bovinos. Não há indícios de que uma vaca transmita a doença para a outra, mas, caso ela seja diagnosticada com o mal, o produtor deve colocá-la para o abate e incinerar o corpo, a fim de evitar que se torne alimento para alguma espécie. O criador também deve avisar o serviço oficial de defesa sanitária.

Quais os principais sintomas?

A doença da vaca louca tem uma evolução longa, na qual o animal apresenta sintomas neurológicos, como: nervosismo; apreensão; medo; ranger dos dentes; hipersensibilidade ao som, toque e luz e ataxia, ou seja, dificuldade para andar.

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