Um dos adoçantes artificiais mais comuns do mundo, presente em uma grande parte de refrigerantes diet e zero, o aspartame deve ser declarado como possível cancerígeno para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc, na sigla em inglês), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS). Esta, entretanto, não é a primeira a receber essa diretriz pelo órgão.
A listagem da Iarc indica compostos químicos, medicamentos e alimentos que podem estar relacionados a diversos tipos da doença. Os compostos são classificados de acordo com a qualidade e quantidade de evidências científicas que os associam ao desenvolvimento de câncer.
A decisão da agência em relação ao aspartame está marcada para 14 de julho. Confira outros quatro alimentos classificados pela pasta:
Carnes processadas
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), carne processada é qualquer tipo de carne que tenha sido transformada por salga, cura, fermentação, defumação e outros processos para realçar sabor ou melhorar a preservação. São comumente usadas em sanduíches, salgados, pizzas e outras preparações rápidas.
A relação desse alimento com o câncer é reconhecida pela OMS desde 2018, e o consumo em grandes quantidades é visto como um fator de risco por especialistas.
Segundo uma revisão de estudos de 2021, as chances de desenvolver câncer colorretal aumentam em até 18% com o consumo de carnes processadas. Já para o câncer de cólon, o crescimento é de 21%, e para a doença no reto, de 22%.
Ainda segundo o Inca, as substâncias presentes na fumaça do processo de defumação, os conservantes (como os nitritos e nitratos) e o sal podem provocar o surgimento de câncer de intestino (cólon e reto).
A melhor opção é consumir queijos brancos, ovos, saladas e pastas preparadas com grãos (como grão-de-bico) ou vegetais (como berinjela), no lugar das carnes processadas.
Bebidas alcoólicas
Análises recentes indicam que nenhuma quantidade de álcool é segura à saúde. As bebidas alcoólicas estão ligadas a problemas de falência hepática e dependência, além de favorecerem o desenvolvimento de cânceres.
O álcool está incluído na lista de carcinogênicos da OMS desde 2012. Uma pesquisa publicada em 2021 estimou que cerca de 4% dos novos casos de câncer em 2020 poderiam estar associados ao consumo da substância.
Estudos mostram que consumir bebidas alcoólicas aumenta o risco de desenvolver diferentes tipos de câncer como boca, faringe, laringe, esôfago, estômago, fígado, intestino (cólon e reto) e mama. Para a prevenção de câncer não há níveis seguros de ingestão.
Além disso, a combinação de álcool com tabaco aumenta a possibilidade do surgimento desse grupo de doenças.
Segundo o Inca, o alcoolismo pode danificar diretamente o DNA das células, provocar estresse oxidativo, facilitar a penetração de carcinogênicos ambientais nas células, alterar o metabolismo hormonal e provocar má nutrição, o que torna os tecidos humanos mais sensíveis aos efeitos do álcool.
Quanto maior a dose ingerida e o tempo de exposição, maior será o risco de desenvolver os tipos de cânceres já citados.
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Peixe salgado chinês
O alimento é listado pela OMS como carcinogênico desde 2012, mas a sua ligação com o câncer é estudada há anos, principalmente devido a uma maior incidência de câncer de nasofaringe associada a seu consumo.
O peixe pode ajudar a reativar vírus de Epstein-Barr (EBV), um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento deste tipo de câncer. Na China, por exemplo, segundo o Instituto Vencer o Câncer, esta doença é muito frequente a partir dos 2 anos de idade.
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