O verão intenso tem começado a causar transtornos e até problemas de saúde pública em várias partes do mundo.
Nas últimas semanas, as altas temperaturas bateram recorde em vários países da Europa, chegando na casa dos 40ºC. Mortes já foram registradas por lá e isso ocorre, pois, assim como em baixas temperaturas sofremos os efeitos da hipotermia, nosso corpo pode entrar em colapso no calor extremo. A temperatura exata em que isso pode acontecer, no entanto, depende de fatores ambientais, da idade e da saúde de cada indivíduo.
Em câmaras de exposição, em testes com pessoas jovens e saudáveis, o risco começa quando a temperatura chega aos 42ºC. Estes ambientes, porém, não reproduzem o mundo real, onde a tolerância pode ser ainda menor, de acordo com o conforto térmico dos espaços em que as pessoas vivem, doenças crônicas pré-existentes e a faixa etária de cada um.
Em geral, as cidades brasileiras não estão preparadas para as amplas variações de temperatura que sofrem ao longo do ano. As pessoas costumam passar frio e calor dentro da própria casa por falta de isolamento térmico adequado. E nas periferias dos grandes centros urbanos, as chances de uma pessoa morrer de calor são ainda maiores, já que as habitações costumam ser mais precárias, os bairros têm poucas áreas verdes e as temperaturas podem se tornar mais insalubres.
Existem ainda diferenças regionais, já que o nosso corpo se acostuma à média das temperaturas do lugar em que vivemos. Em São Paulo, as pessoas começam a sofrer com o calor a partir dos 28ºC; já em Teresina, os moradores suportam bem os termômetros até os 34ºC.
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Gordura é a proteção natural A gordura marrom é um tipo de tecido adiposo que os mamíferos desenvolveram para a manutenção da temperatura corporal. Esse tipo de gordura é maior nos bebês, já que eles ainda não têm outros mecanismos de controle desenvolvidos.
Em condições normais de saúde, o corpo dos adultos também faz essa regulação térmica por meio do suor, dos pelos e da vasoconstrição ou vasodilatação - quando os vasos abrem ou se contraem, aumentando ou diminuindo a pressão do sangue e os batimentos cardíacos.
No caso dos idosos ou doentes crônicos, esses mecanismos podem não funcionar tão bem e, por isso, eles são os mais sensíveis às ondas de calor. Nesses casos, as altas temperaturas fazem com que o corpo perca um volume grande de água por meio da transpiração. Nesta situação, algumas pessoas podem desidratar, especialmente crianças e idosos, sem a sensação subjetiva de sede.
Cuidado com a desidratação
Os principais sinais de desidratação são urina escura e concentrada, bem como a sensação de que a língua e as pálpebras estão mais secas. Sem água suficiente no corpo, o sangue começa a se concentrar e pode formar coágulos ou aumentar muito a pressão sanguínea, causando infartos e arritmia. Nos dois casos, as vítimas mais frequentes são pessoas com doenças cardiovasculares pré-existentes.
Para evitar problemas nos dias mais quentes, o médico recomenda então o cuidado maior com crianças e idosos, que precisam tomar mais água; evitar exercícios físicos nos períodos mais quentes do dia, entre 10h e 16h; e manter a casa ventilada, abrindo as janelas e usando um bom ventilador.
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