A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, chegou a Taipei, capital de Taiwan, nesta terça-feira (2), em uma viagem que, segundo ela, pretende expressar a solidariedade americana à ilha reivindicada pelos chineses. Esta é a primeira visita de uma autoridade de alto escalão dos EUA a Taiwan em 25 anos.
A congressista é uma crítica de longa data do governo chinês e sua visita à ilha, território autônomo da China, ocorre em meio ao cenário de tensão provocado pela guerra na Ucrânia (na qual a China apoia a Rússia), com o risco de afetar as relações entre Washington e Pequim.
“A solidariedade da América com os 23 milhões de habitantes de Taiwan é mais importante hoje do que nunca, pois o mundo enfrenta uma escolha entre autocracia e democracia”, disse Pelosi após o desembarque. Ela foi recebida pelo ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu, e pela principal representante dos EUA na ilha, Sandra Oudkirk.
A congressista afirmou que a visita honra o compromisso dos EUA em apoiar o que chamou de "vibrante democracia" de Taiwan. No Twitter, escreveu que a visita reitera que os Estados Unidos estão com Taiwan, que é considerada pela China uma província rebelde. Embora tenha capital, governo e PIB próprios, como um Estado independente, a ilha não é reconhecida como país pelas Nações Unidas. Por lei, os EUA devem garantir que ela tenha os meios para se defender em caso de ataque chinês. Mas há muito tempo os americanos seguem uma política de “ambiguidade estratégica” com a China, evitando dizer que suas tropas atuariam diretamente em caso de conflito.
A China condenou a visita, por vê-la como um sinal encorajador para o campo pró-independência da ilha. O Ministério das Relações Exteriores disse que a ida de Pelosi prejudica seriamente a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan “e infringe seriamente a soberania e a integridade territorial da China”. Antes da visita, a pasta disse que os EUA pagariam o preço "por minar a soberania e a segurança da China". Militares chineses farão exercícios perto de Taiwan de quinta (4) a domingo (7).
Washington condenou as ameaças e tentou diminuir a tensão alegando que o gesto de Pelosi, ao qual Biden se opôs oficialmente, não representa uma mudança na política externa americana. A congressista tem uma longa história de confronto com a China. Há mais de 30 anos, ela irritou Pequim ao aparecer na Praça da Paz Celestial, dois anos após a sangrenta repressão chinesa às manifestações pró-democracia de 1989, com uma faixa em homenagem aos dissidentes mortos nos protestos. (Com informações das Reuters)
Our visit reiterates that America stands with Taiwan: a robust, vibrant democracy and our important partner in the Indo-Pacific. pic.twitter.com/2sSRJXN6ST
— Nancy Pelosi (@SpeakerPelosi) August 2, 2022
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