
Aproveitando o fervor do mês de outubro no Brasil, que celebra o Círio de Nossa Senhora de Nazaré em Belém e Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, os olhos da fé e da ciência voltam-se para outra Maria, a de Guadalupe, no México. Um novo livro, "Nuestra Señora de Guadalupe. La imagen ante el reto de la Historia y de la Ciencia", fruto de uma conferência recente na Itália, reacende o debate sobre as propriedades inexplicáveis do manto onde a imagem da Virgem está impressa.
A história de Nossa Senhora de Guadalupe narra as aparições da Virgem Maria a um indígena asteca convertido, hoje canonizado como São Juan Diego Cuauhtlatoatzin, no México, em dezembro de 1531.
A história mostra que o indígena pediu um sinal para que bispo acreditasse que ele estava sendo enviado por ela. Na última aparição (de três), a mulher pediu que Juan Diego escolhesse flores no alto de uma montanha, flores estas que não eram daquela região e não poderiam nascer ali.
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Ao fazer isso, ela pediu que Juan enrolasse as flores em sua “tilma” (uma espécie de cobertor) e as levasse ao bispo. Ao chegar na presença do religioso, Juan abriu o o ‘cobertor’, as flores caíram no chão, e imediatamente a imagem de Nossa Senhora foi “impressa” no manto. Este cobertor, tilma, manto, está até hoje, 500 anos depois, na Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, na Cidade do México.
O pesquisador e escritor David Caron Olivares destaca o mistério da tilma de São Juan Diego, uma fibra vegetal de agave que deveria se desintegrar em menos de 20 anos, mas que permanece intacta desde 1531.
Fatos que Desafiam a Ciência:
- Tecido Impossível: O material não sofreu deterioração, mesmo exposto a poeira, fumaça de velas e contato de multidões por 116 anos antes de receber proteção.
- Pintura Sobrenatural: A imagem é de uma delicadeza e beleza impossíveis de serem alcançadas em um tecido tão áspero e sem preparação prévia, algo atestado por pintores renomados nos séculos XVII e XVIII. O pintor Miguel Cabrera, um dos maiores do México, chegou a escrever um tratado sobre a perfeição artística da obra, declarando-a inexplicável.
- Resistência Química e Física: Em 1785, o manto resistiu ileso ao derramamento de ácido nítrico altamente corrosivo. Em 1921, uma bomba explodiu diante da imagem, destruindo um crucifixo próximo, mas deixando a tilma intacta.
- Corantes Desconhecidos: Análises em 1936 pelo futuro Nobel de Química Richard Kuhn indicaram que os pigmentos das cores da imagem não são de origem animal, vegetal, mineral ou sintética (esta última só surgiria séculos depois), sendo classificados como "corantes desconhecidos".
- O Código Ocular e Celestial: Cientistas especializados em oftalmologia revelaram no século XX que a córnea e pupilas da Virgem contêm reflexos de pessoas, correspondentes à cena do aparecimento da imagem. Além disso, as 46 estrelas no manto correspondem às constelações visíveis sobre o México no dia da aparição, 12 de dezembro.
Intervenções Humanas não Anulam o Milagre
Apesar de céticos apontarem a presença de intervenções humanas secundárias ao longo dos séculos (retoques em detalhes como a lua ou os raios solares), a essência do mistério reside na imagem original. Os estudos atestam que o que é milagroso são as propriedades inexplicáveis e duradouras da própria impressão, que desafiam a ciência.
Uma Mensagem em Código
A Virgem de Guadalupe, com seu rosto mestiço, é considerada um código pictográfico. O cinto preto de nó duplo e a flor de quatro pétalas (Nahui Ollin) em seu ventre indicam claramente, segundo a cultura asteca, uma mulher grávida que carrega o verdadeiro Deus. Essa mensagem simbólica facilitou uma das mais impressionantes conversões em massa da história, unindo espanhóis e indígenas em um "milagre de unidade". Em apenas oito anos, nove milhões de pessoas pediram o batismo.
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