O empresário Cleidison dos Santos Fernandes, de 31 anos, que estava foragido desde março de 2021, quando foi acusado de abusar sexualmente de pelo menos 10 mulheres dentro de provador de loja em Belo Horizonte (MG), foi preso nesta quinta-feira (27), em Tatuapé, Zona Leste de São Paulo.
Os crimes de estupro, estupro de vulnerável e importunação sexual, contra mulheres, aconteciam, segundo a Polícia Militar (PM) dentro do provador da loja dele, em um shopping popular, no Centro de Belo Horizonte.
Ainda de acordo com a polícia, pelo menos cinco vítimas registraram ocorrência, na internet existem mais de 50 relatos sobre o caso. As vítimas são clientes, modelos e funcionárias da loja Ana Modas.
Para se manter no anonimato, desde que foi dado como foragido, o homem usava o nome de Wellington Oliveira, segundo o Departamento Estadual de Investigações Criminais da Polícia Civil de São Paulo (DEIC-SP), que realizou a prisão.
A polícia chegou até o empresário após receber denúncia, informando que um homem foragido da justiça mineira estaria escondido em um edifício no bairro Tatuapé. A 5ª Delegacia de Patrimônio (Investigações sobre Roubo a Bancos) foi quem recebeu as informações.
Cleidison, que estava no local informado, admitiu ser procurado, mas ao chegar à delegacia negou os crimes.
Provando um biquíni
Uma das vítimas diz que foi atacada por ele em 2019, quando esteve na loja Ana Modas de Belo Horizonte para comprar um biquíni.
"Eu estava feliz naquele dia. Eu e meu noivo tínhamos ganhado uma viagem para Florianópolis dos meus sogros, estava empolgada. Quando entrei na loja, não percebi nada de errado. Pelo contrário, ele parecia muito simpático", conta a mulher, que pediu para não ser identificada.
Daí conversei com ele, contei de Florianópolis e disse que precisava de um biquíni. Ele me mostrou alguns modelos e começou a sugerir qual ficaria melhor no meu corpo. Não gostei, porque o sorriso dele foi meio esquisito. Daí ele me apontou o provador e disse para eu experimentar todos, assim eu iria sair de lá 'satisfeita'.
A mulher entrou no provador que, segundo ela, era apenas uma cortina de frente para um espelho na parede, e começou a experimentar os biquínis. Num dado momento, ela sentiu que alguém parecia estar observando por uma fresta da cortina. Mas ela pensou ser algo "da cabeça dela" e continuou a provar as peças.
Não deu 3 minutos, eu estava vestindo as roupas para ir embora, já tinha escolhido o biquíni que eu queria, senti a cortina atrás de mim abrindo um pouco e foi quando a mão dele tocou na minha nádega. Eu gelei. Bati na mão dele e comecei a falar para ele parar. Ele então entrou no provador e colocou a mão na minha boca, me prensando contra o espelho. Não sei como, mas comecei a me debater até que me soltei dele. Peguei minha bolsa e corri feito louca em direção à rua.
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Crimes
O empresário responde na Justiça por uma acusação de abuso sexual. Além deste processo, Cleidison é investigado pela Polícia Civil por outros casos. Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, as vítimas têm entre 18 e 29 anos e os crimes começaram em 2017.
A delegada Larissa Mascotte, ao menos 14 mulheres procuraram a delegacia para denunciar o empresário por estupro, estupro de vulnerável e importunação sexual.
“Foram 14 vítimas que nos procuraram e 11 foram consideradas para fins de indiciamento. Ele foi indiciado pelo crime de estupro por quatro vezes, por estupro de vulnerável – uma vez – e, pelo crime de importunação sexual por cinco vezes”, disse a delegada.
Além disso, na maioria das vezes, os abusos aconteceram dentro do provador da loja Ana Modas, que está fechada desde que as denúncias vieram à tona.
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