De acordo com os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 699 mulheres foram vítimas de feminicídio no primeiro semestre de 2022, média de quatro casos por dia. E mais uma jovem entrou para essa triste estatística na noite desta terça-feira (10).
Carla Cristina Monteiro Soares de Lima, de 23 anos, foi estrangulada e morta em casa, após discutir com o marido, José Jonne de Lima e Silva, de 35 anos, na residência do casal, na região metropolitana de São Paulo. O crime ocorreu por volta das 20h20.
Quando policiais militares chegaram ao imóvel, José Jonne já os aguardava na garagem, com o filho de 3 anos no colo. Ele relatou aos PMs que havia escondido o corpo da mulher sob a cama, para que a criança não a visse morta.
Antes do assassinato, ele afirmou aos policiais que havia brigado com a companheira, física e verbalmente, enquanto o filho deles tomava banho. Ambos estariam passando por um processo de separação.
Quando a criança saiu do banheiro, o homem afirmou que teria solicitado para o menino ir até o quarto, para ele não presenciar a briga. “Após a saída da criança, ele [Silva] estrangulou a esposa e escondeu o corpo embaixo da cama do casal”, diz trecho de relato registrado na Delegacia de Polícia Civil.
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O advogado civil Felipe Pinto Prates, que cuidava do divórcio do casal, afirmou em depoimento à polícia que Carla registrou, em novembro de 2022, um boletim de ocorrência de ameaça contra Silva. A reportagem confirmou o registro, além de outro, de injúria, feito por meio da Delegacia Eletrônica, no dia em que a jovem foi morta.
Apesar de uma medida protetiva, expedida pela Justiça, o casal reatou e voltou a conviver sob o mesmo teto.
Mensagens de texto
Nessa terça, segue o relato do advogado, Silva teria lhe mandado mensagem afirmando que teria discutido com Carla. De noite, o marido afirmou que “havia feito o pior e matado a esposa”. Por causa da mensagem, o advogado acionou a polícia, para ir até o local.
Na delegacia, Silva assumiu a autoria do crime, mas não deu mais detalhes, alegando o fato de estar sem um advogado o acompanhando.
O filho do casal foi deixado aos cuidados de familiares de Silva, pois a família de Carla é de Minas Gerais. Ela residia na Grande São Paulo há cerca de cinco anos. O caso foi registrado como feminicídio.
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