Uma professora de 37 anos contratada do estado foi detida na tarde desta terça-feira (30), em Marabá, sudeste do estado. Ela é acusada de aplicar o golpe da venda de emprego público. Pelo menos 80 pessoas teriam caído na lábia da estelionatária.
A mulher prometia mediante o pagamento de valores entre R$ 2 a R$ 3 mil lotação em escolas, nos cargos de secretária escolar, merendeira, agente de portaria. Ela era professora contratada de Filosofia, lotada em Brejo do Meio, zona rural de Marabá.
De acordo com o coronel Benedito Sabbá, assessor do Núcleo de Segurança Pública e Proteção Escolar, na Diretoria Regional de Ensino (DRE) Marabá, que abrange tanto Marabá e outros 12 municípios da região, desde o final do mês passado, eles estão acompanhando algumas pessoas procurando as direções de escolas de Marabá de posse de documentos fraudulentos, querendo a sua lotação.
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Mas, eles verificaram que esses documentos eram falsos. “A partir daí, a gente começou a acompanhar e pedir para alguns diretores, que caso aparecessem pessoas com esse memorando, que era para segurar essas pessoas lá, que a gente pudesse manter contato, conversar para saber como estava sendo captada essas pessoas, porque a gente chegou à conclusão que estava tendo venda de emprego público”, informou o coronel Sabbá.
Na manhã desta terça-feira (30), os diretores das escolas Pequeno Príncipe e Geraldo Veloso entraram em contato afirmando que algumas vítimas do golpe teriam ido aos estabelecimentos de ensino, mas que eles não conseguiram segurá-las lá, mas pegaram a documentação e comprovaram que também se tratava de documento falso.
De posse desses documentos, coronel Sabbá e servidores da URE procuram a Polícia Civil para começar uma investigação, já que eles já tinham o nome da pessoa que estava aplicando esse mesmo golpe em Brejo Grande do Araguaia. “Quando eu e o professor Gidalto voltamos da Delegacia da Cidade Nova, nós recebemos uma ligação que duas vítimas se encontravam naquele momento na escola Anísio Teixeira. De imediato, nós nos deslocamos para lá, mantivemos contato com as pessoas”, contou o oficial.
Nesse momento, uma das vítimas disse que estava na porta da escola, momento em que a acusada que estava em um carro na frente da Escola Anísio Teixeira, Núcleo Cidade Nova, recebeu voz de prisão e foi apresentada na 21ª Seccional de Polícia Civil.
“São cerca de 80 vítimas dessa pessoa. A gente solicita que essas pessoas, ao olharem essa reportagem, procurem a partir de amanhã ou a partir de hoje mesmo a Delegacia da Cidade Nova para entrar lá na parte da investigação, do inquérito”, orientou o coronel Sabbá.
Ainda segundo a polícia, a professora é acusada de responder pelo mesmo crime no Estado de Goiás.
O GOLPE
Uma das vítimas, Graziela Brito de Souza, esteve na delegacia prestando depoimento. Ela contou que tinha um conhecido que já sabia que estava tendo esse treinamento para poder ter uma vaga “garantida” no estado e como estava precisando muito de um emprego resolveu fazer. “O salário que eu iria receber como secretária seria de R$ 6 a 8 mil. Ela tinha cobrado R$ 3 mil”, contou.
INQUÉRITO POLICIAL
A Polícia Civil instaurou inquérito policial para apurar a ocorrência de crimes de estelionato e falsificação de documento público. “Segundo informações colhidas, a suspeita cooptava pessoas interessadas em trabalhar no âmbito da Secretaria de Educação do Estado. Essas pessoas pagavam certo valor, entre 2 e 3 mil reais e a suspeita municiava essas pessoas com um memorando de portaria para entrarem em exercício falsificado com assinatura falsa do diretor da Diretoria Regional de Educação, da SEDUC”, explicou o delegado.
Ele disse ainda que a investigação está em uma fase preliminar. “Informações terão que ser colhidas, as pessoas terão que ser ouvidas. A princípio oito vítimas já foram identificadas, mas acreditamos que são bem mais vítimas”, disse, complementando que o caso segue sob investigação e não descarta a participação de outras pessoas nessa empreitada criminosa.
DEFESA DA ACUSADA
O advogado da acusada, Lucas da Silva Moraes, disse que essa prisão foi ilegal e cabe até relaxamento. “Aqui é só para analisar autoria e materialidade. No entanto, as vítimas nem sequer conhecem ela. Não tem prova, não tem contrato, não tem prova de nada. Essa prisão é ilegal, isso configura até abuso de autoridade e eu estou aqui para que nada de errado aconteça. Eu instruir para ela permanecer em silêncio”, disse.
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