A morte de um jovem de 19 anos em Marabá, no sudeste do Pará, gerou grande comoção e trouxe sérios problemas para sua família, que está vivendo momentos de angústia. A mãe do rapaz, Leiliane Costa Santos, foi acusada de homofobia e teve que deixar sua casa por medo de represálias. As acusações contra a família começaram a circular nas redes sociais após a morte de Crisan César Costa dos Santos na última segunda-feira (15).
Leiliane explicou que, aos 16 anos, seu filho revelou ser homossexual e que sempre o aceitou sem preconceitos. “Eu tenho provas e consciência da mãe que fui. Sempre lutei pelo meu filho, nunca virei às costas para ele”, disse.
A mãe também revelou que, desde que Crisan foi diagnosticado com HIV em 2023, ele passou a ter dificuldades em aceitar sua condição e começou a receber acompanhamento psicológico e psiquiátrico.
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EPISÓDIO DE AGRESSÃO
Em relação às imagens compartilhadas nas redes sociais que mostram o jovem com sangue nos braços e na cabeça, Leiliane esclareceu que o incidente ocorreu em maio deste ano. “Esse episódio aconteceu em maio, quando ele me agrediu e eu me defendi. Ele melou o braço de sangue e molhou a cabeça para parecer que estava mais machucado. Eu vi ele fazendo isso, mas não imaginei que ele postaria nas redes sociais. Ele estava com problemas psicológicos e tomando vários remédios”, explicou.
Após compartilhar a situação nas redes sociais, Crisan César se arrependeu e pediu perdão à mãe, conforme mostram mensagens salvas no celular de Leiliane. “No dia seguinte, ele me mandou mensagem pedindo perdão e dizendo que havia postado apenas para os melhores amigos e já tinha apagado. Eu disse que o perdoava”, relatou a mãe.
AMOR E APOIO FAMILIAR
Natanielly Costa, irmã de Crisan, contou que sempre esteve ao lado do irmão e se emocionou ao falar da dor que a família está enfrentando. “Ele sempre foi muito amado por todos nós. Sempre soubemos da sua orientação sexual e nunca o discriminamos. As pessoas estão falando coisas sem ter noção da dor que estamos sentindo. Nunca o discriminamos”, afirmou Natanielly.
MEDIDAS LEGAIS
A família está sofrendo com as acusações e se sente impossibilitada de viver o luto por Crisan César. O velório ocorreu na igreja evangélica onde o jovem congregava, no bairro São Miguel da Conquista, no núcleo Cidade Nova.
O advogado da família, Kleiton Barbosa, informou que tomará providências legais. “Vamos à Seccional para realizar os procedimentos necessários. Ficamos sabendo que dois grupos foram prestar queixa, e nós também vamos prestar queixa por denunciação caluniosa e em relação ao linchamento virtual que a família está sofrendo. A internet não é terra de ninguém; as pessoas precisam ter compromisso e responsabilidade”, afirmou o advogado. (Com informações de James Oliveira da RBATV)
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