Um caso está chamando a atenção das autoridades paulistas que investigam um caso de importunação sexual. O crime de importunação sexual é definido no artigo 215-A do Código Penal Brasileiro e consiste em praticar um ato libidinoso contra alguém sem o seu consentimento. O objetivo é satisfazer a própria lascívia ou a de outrem. A pena para este crime é de reclusão de 1 a 5 anos, desde que não constitua um crime mais grave.
A Polícia Civil investiga um homem de 53 anos suspeito de importunação sexual contra uma mulher em Atibaia, no interior de São Paulo. A analista de TI Mikhaela Beatriz Ribeiro, de 28 anos, estava voltando a pé da academia em direção a sua casa quando Valdeir José da Silva passou em uma moto e apalpou a sua bunda.
Ao portal Metrópoles, Mikhaela contou que estava descendo a rua quando percebeu que o motociclista a estava rondando. Enquanto a observava, o homem subiu a rua, desceu, subiu para outra rua paralela, fez o retorno e voltou. Foi quando ele desacelerou, passou do seu lado e cometeu o ato de importunação sexual.
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“Eu fiquei chocada, parecia uma coisa irreal. Eu xinguei ele, e ele deu risada da minha cara. Acelerou a moto e foi embora. Para ele, foi legal, foi engraçado, porque ele conseguiu o que ele queria. Foi uma conquista do dia dele, mas ele acabou com o meu”, disse a analista de TI.
“Eram 8h da manhã. Se você não pode andar na rua nesse horário, imagina se fossem 8h da noite?”, desabafou Mikhaela.
O caso aconteceu em 22 de agosto. O motociclista Valdeir José da Silva se apresentou nessa quinta-feira (29) na delegacia de Atibaia acompanhado por uma advogada para prestar depoimento, e confessou o crime. Ele foi indiciado por importunação sexual, mas vai responder, a princípio, em liberdade.
Entenda o caso
No mesmo dia em que o caso aconteceu, Mikhaela conseguiu imagens da câmera de segurança da vizinha que gravaram o momento do assédio, a que o Metrópoles teve acesso.
Quando foi à delegacia para registrar o boletim de ocorrência, ela anexou o vídeo ao documento, e ao mesmo tempo o publicou na internet para que pessoas pudessem ajudar a achar informações do indivíduo, até aquele momento desconhecido.
Veja no vídeo abaixo, o momento em que o motoqueiro apalpa a mulher:
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Hermes Jun Nakashima, com a ajuda das imagens e as informações, a polícia identificou em nome de quem a moto estava registrada. Esse homem foi encontrado e comprovou que tinha vendido a moto para Valdeir, que foi quem importunou Mikhaela.
O delegado afirmou ao Metrópoles que a justificativa dada por Valdeir foi “sem nexo”. O motociclista se disse arrependido do ato, e que não sabia o porquê de ter feito aquilo.
“Ele me rondou na rua. Ele teve tempo de pensar antes de fazer”, contra-argumentou Mikhaela.
A partir da confissão de Valdeir nessa quinta, a polícia ainda vai analisar, no andamento das investigações sobre o caso, o pedido de prisão preventiva.
“Primeiro eu fiquei me sentindo culpada. Pensei: ‘E se eu não tivesse saído, e se eu não estivesse com roupa de academia’. Mas a culpa não é minha”, disse Mikhaela. “A gente fica se sentindo suja também. Qualquer pessoa que faz isso comigo na rua, não tem nenhum respeito.”
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