Resultado melhor que o jogo
O PSC precisou ser aplicado e eficiente apenas por um tempo de jogo para garantir uma importante vitória, no sábado à noite, em Salvador, frente ao Jacuipense. Os dois gols surgiram de jogadas construídas pelos lados, com execução de Marlon, que voltou a mostrar a capacidade de finalização que parecia perdida. Com o resultado, o time respira e volta à parte de cima da tabela.
Ainda não foi uma exibição de encher os olhos, mas os primeiros 45 minutos mostraram um time disposto a mostrar comprometimento e esforço em busca do resultado. Na etapa final, a intensidade diminuiu, os antigos erros voltaram a aparecer e os bicolores ficaram apenas rebatendo bolas.
A partida começou com insistentes ataques do Jacuipense pelo lado esquerdo, com o ponta Luan e o lateral Djavan. Com dribles rápidos em cima de Perema e Denilson, o gol baiano quase saiu aos 7 minutos: Victor Souza espalmou chute cruzado de Luan com a ponta dos dedos.
Aos poucos, porém, ficou claro que o mandante não era o bicho feio que parecia. O PSC foi abandonando a cautela e avançando as linhas. Facilitou essa tarefa a desorganização do Jacuipense, que tinha grandes dificuldades em construir jogadas e errava quase todas as tentativas de troca de passes.
Na primeira tentativa de chegar à área adversária, o PSC trabalhou pela direita com Israel e Ari Moura. O atacante cruzou para Marlon finalizar por cima da trave. Foi um ensaio do que viria a seguir.
Aos 21 minutos, uma chegada pela esquerda provocou desarme errado da defesa do Jacuipense. A bola sobrou para Marlon, que deu um passo à frente, aproximou-se da grande área e mandou um chute forte no canto direito da trave de Vítor para abrir o placar.
O PSC seguiu com a postura ofensiva e chegou ao segundo gol aos 31’. Nova investida pelo lado direito permitiu a Marlon receber livre na intermediária. Conduziu a bola, driblou o zagueiro Kanu e entrou na área. No afã de cortar a bola, o lateral Gedeílson tocou para o fundo do barbante.
A movimentação do PSC confundia a marcação e criava clarões na zaga baiana. O terceiro gol só não saiu por falta de maior insistência, que se agravaria no segundo tempo. Com o placar consolidado, sem ser incomodado pelo ataque do Jacuipense, os bicolores foram se acomodando.
A partir dos 10 minutos, o jogo ganhou um cenário esquisito. O PSC, recuado, não saía de seu campo. Com isso, atraiu naturalmente o adversário, que ficava atacando sem maiores consequências. Insistia, cruzava bolas na área, mas não criava perigo.
Só incomodou aos 25’. A zaga do Papão vacilou e o atacante Zé Renato ficou de cara para o gol. Bem colocado, Victor Souza defendeu bem. Quase aos 40’, Perema errou ao cortar uma bola e quase mandou para as redes. Foram os únicos instantes de desconforto criados pelo Jacuipense.
Nicolas, completamente sumido, só deu o ar da graça aos 44’ quando recebeu passe de João Paulo (que havia substituído a Ari Moura) e finalizou nas mãos do goleiro. Um retrato da inoperância do ataque e do meio ao longo da etapa final.
Que o resultado tranquilo não esconda os muitos problemas que o time de Vinícius Eutrópio ainda exibe. Não há sentido de organização e falta qualidade nas ações ofensivas. Nicolas continua em ritmo de hora extra.
Leão vacila e Fogão mata o jogo nos contra-ataques
Uma apresentação desastrosa do sistema defensivo (marcação de meio e zaga) do Remo transformou um confronto equilibrado em derrota feia, ontem, no estádio do Volta Redonda (RJ). Depois de um primeiro tempo equilibrado, o Leão cedeu espaços, não policiou contra-ataques e acabou sofrendo sua primeira derrota na Série B.
O primeiro gol do Botafogo aconteceu aos 13 minutos. Com marcação em cima da saída de bola do Remo, o ataque alvinegro retomou uma bola no meio-campo e lançou sobre a última linha. Navarro desviou de cabeça e Chay recebeu sem marcação para bater no canto direito de Vinícius.
Não era, até então, uma apresentação ruim do Remo. O problema era o posicionamento muito conservador, aceitando a imposição do meio-campo e laterais do Botafogo. A partir dos 20 minutos, Tiago Enes e Marlon começaram a se soltar mais e as oportunidades surgiram.
Renan Gorne chegou a marcar, mas estava impedido. Depois, em cruzamento de Felipe Gedoz, o camisa 9 cabeceou com muito perigo. E Dioguinho lançou Jefferson que quase acertou a bola diante do goleiro.
O Remo saiu do 1º tempo com maior posse de bola (57%), mas voltou do intervalo sem marcação à frente da zaga, velha rotina. Quando mais insistia com passes centralizados, a bola foi retomada pelo Botafogo, lançada para Ronald na direita e o contragolpe se consumou com passe perfeito para Navarro tocar na saída de Vinícius, aos 13’.
O efeito do segundo gol desarrumou de vez o sistema de marcação e, aos 16’, após novo contragolpe, Pedro Castro recebeu à frente da área e chutou rasteiro no canto direito, sem chances para Vinícius.
Só aí vieram as mudanças, com Igor Fernandes, Vinícius Kiss, Gabriel Lima e Erick Flores substituindo a Marlon, Uchoa, Gedoz e Jefferson. Com mais imposição física, o Remo cresceu de produção, voltou a rondar a área botafoguense, mas a derrota já estava selada.
O 3 a 0 foi um resultado elástico demais para uma partida que teve mais equilíbrio do que superioridade do Botafogo – o Remo terminou com 59% de posse. Ocorre que, como rezam as leis não escritas do futebol, espaço é para ser ocupado e o Remo não povoou como deveria a sua entrada da área e falhou em momentos pontuais do jogo.
Como nas derrotas para o Atlético-MG, a defesa ficou sempre exposta. Jansen e Romércio saíam para o combate a Ronald, Navarro e Chay no 1º tempo. No final, tinham que vigiar até os volantes do Botafogo.
Além da óbvia necessidade de reforçar a marcação, o jogo escancarou mazelas que há muito tempo precisam ser corrigidas. Não dá para jogar com três atacantes e um meio-campo onde só um (Lucas) marca.
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