O futebol profissional do Remo já entrou em férias, mas as arengas políticas estão em alta. A principal delas diz respeito à eleição do presidente para exercer o mandato-tampão de um ano, complementando mandato interrompido pela renúncia de Pedro Minowa. Vários nomes se lançaram, outros são especulados e até o momento não há definição de data para o pleito. 

A diretoria decidiu lançar um programa de recadastramento de eleitores com o salutar objetivo de evitar duplicidades de nomes e, com isso, afastar o risco de fraudes. O problema é que até o momento foram recadastrados apenas 350 sócios de um universo em torno de 4 mil, tomando base o número de votantes na última eleição. 

Com a lentidão do processo, começa a ganhar a corpo a suspeita de que o recadastramento cumpre também a missão de postergar a eleição. Prefiro não crer nessa hipótese, pois configuraria um dos piores sintomas de ausência de vida democrática: o medo do voto. 

É preciso entender sempre que a coragem e a altivez empregadas na mudança dos estatutos do clubes devem estar presentes no processo de consolidação institucional. O voto é o símbolo maior dessa mudança, pois é a arma necessária para implementar novos projetos e para dar legitimidade aos eleitos. 

Cabe aos novos e antigos dirigentes entenderem a real grandeza deste momento para a história do clube. O Remo se encontra numa encruzilhada, dividido entre velhas e modernas práticas. É necessário que saiba achar o caminho. E é de um novo pleito, transparente e sem vícios, que emergirá uma gestão mais forte, sólida e respeitada. 

As urnas não podem, portanto, amedrontar ninguém. Muito pelo contrário: devem estimular a participação política de todos. Pelo bem da própria instituição.

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