O melhor jogador da final da Copa do Brasil não terminou o jogo. Pedro Rocha foi expulso aos 23 minutos do segundo tempo ao receber o segundo cartão amarelo. Autor de dois gols, era o grande protagonista do confronto no Mineirão. Sua saída tirou parte do brilho do espetáculo, pois obrigou o Grêmio a um recuo estratégico. 
Rocha brilhava pela individualidade e pela aplicação tática, desdobrando-se com Luan nas ações ofensivas do Grêmio, que não utiliza atacante de referência e aposta tudo na habilidade de seus jovens homens de frente.

No primeiro gol, aos 29 minutos de partida, ele recebeu passe na área, driblou o zagueiro Gabriel e chutou rasteiro na saída do goleiro Vítor. 

No lance do segundo gol, aos 9 minutos, apanhou a bola junto à linha de meio-de-campo e foi avançando até o gol. Ficaram pelo caminho três marcadores e o goleiro atleticano. 

Antes disso, já havia perdido duas chances em lances rápidos de contra-ataque, nos minutos finais do primeiro tempo. 

O técnico da Seleção, Tite, estava nas tribunas e deve ter ficado, como todos os não atleticanos, desapontado com a exclusão prematura do atacante gremista. O que viu, porém, deve ter sido suficiente para prestar mais atenção em Rocha, atacante que reúne características compatíveis com o atual sistema adotado pelo escrete. 

Com a pressão imposta no quarto final do jogo, o Atlético conseguiu diminuir aos 36 minutos, em finalização certeira do zagueiro Gabriel. Quando tentava aplicar um cerco final sobre o Grêmio, sofreu o contragolpe fatal. Geromel avançou pela direita e cruzou para Éverton completar para as redes, aos 45 minutos. 

O terceiro gol calou a torcida do Galo, que tem a tradição de acreditar sempre em reversões espetaculares. O desempenho do time, porém, desaconselha maiores expectativas. Com pífia marcação no meio, a criação ficou comprometida. Robinho e Maicosuel não conseguiram jogar e a bola não chegou a Lucas Pratto. 

Do lado gremista, além da exuberante participação de Pedro Rocha, cabe destacar a aplicação do time na recomposição da defesa. Douglas comandou a armação e teve papel importante no desenvolvimento de jogadas pelo meio. 

Pareceu que o Galo de Marcelo Oliveira não se preparou para neutralizar o esmero gremista em reter a bola e sair tocando em velocidade. Rocha e Luan jogaram quase sempre soltos, sem ninguém a marcá-los, deixando a zaga atleticana em situação de extrema vulnerabilidade. 

A vantagem estabelecida deixa o Grêmio em condição privilegiada para aplicar o jogo que mais aprecia, com bloqueio defensivo e contragolpes fulminantes. Ao Atlético resta lutar e acreditar, torcendo para que o time não repita a pífia apresentação de ontem.

MAIS ACESSADAS