Perdi parte da tarde de domingo dando olhadelas furtivas no jogo Fluminense x Corinthians, principal clássico da rodada do Brasileiro. Mas, vencido pela visão das constantes trombadas e agressões à bola, resolvi me dedicar apenas à leitura da biografia de The Boss, Bruce Springsteen, há semanas na cabeceira esperando uma brecha de tempo. Fiz bem.

Do pouco que pude ver, foi um confronto sonolento. Poucos lances agudos e quase nenhuma jogada mais elaborada. Jô, Fagner, Romero, Dourado, Frazan & cia. se esmeraram na arte de trocar passes tortos. Retrato do futebol brasileiro atual, onde a maioria dos times se agarra ao condicionamento físico e à correria para disfarçar a ruindade técnica.

Assusta ver a quantidade de jogadas que já nascem travadas por pura insegurança. Os jogadores preferem dar meia-volta, mesmo quando têm campo livre para ir em frente, tornando o jogo arrastado e desinteressante. Até Scarpa e Rodriguinho, os menos grosseiros em campo, passaram em branco, perdidos em tentativas inúteis.

Como a coroar a mesmice, o gol corintiano surgiu de um lance óbvio: desvio de cabeça, por um beque (Balbuena), em cobrança de escanteio.

Em tempo: Tite estava no Maracanã. Tomara que não se empolgue muito – como da última vez que passou pelo estádio e resolveu convocar ninguém menos que o frangueiro Muralha para a Seleção.

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