A confusão envolvendo o goleiro Muralha, do Flamengo, e o jornal Extra recoloca na ordem do dia a discussão sobre os limites do humor no jornalismo esportivo atual. A título de “editorial”, o jornal desceu o malho no goleiro, citando-o como frangueiro e informando que passa a grafar o nome oficial do arqueiro, evitando o apelido por considerá-lo inadequado.

A piada foi boa – para os que não são Muralha. Zoado intensamente nas redes sociais depois da capa do Extra, o goleiro não achou graça da brincadeira. Sentiu-se humilhado e “tratado como bandido”.

Exageros à parte, o Extra talvez tenha pecado por usar o termo editorial como cabeçalho das ironias dirigidas ao goleiro. Piadas até mais infames do que essa são corriqueiras nas páginas do Diário Olé, de Buenos Aires. Mas, no Brasil politicamente correto (para certas coisas apenas), o escracho gera atritos e é visto como prática pouco edificante.

O curioso é que parte da torcida rubro-negra saiu em defesa de Muralha, normalmente enxovalhado impiedosamente nas redes sociais a cada nova barbeiragem debaixo das traves. Coisas da vida.

MAIS ACESSADAS