Percebe-se de verdade que o futebol está refém do gigantesco polvo da especulação quando um zagueiro mediano como Leandro Almeida é posto em disponibilidade pelo Palmeiras, que se dispõe a emprestar e pagar o salário de R$ 180 mil mensais, assim como se não fosse nada. Veja bem: é um reserva sem aproveitamento num time cujo titular é Edu Dracena!

Só por aí é possível ter uma ideia do nível técnico do jogador. Ainda assim, o salário é hipertrofiado, mais ou menos como são deformadas as linhas que regulam o bom senso no negócio futebol no Brasil - e no mundo.

O certo é que se perdeu a exata noção dos valores desde que, há duas décadas, dinheiro farto passou a jorrar na conta dos gigantes europeus, proveniente de bancos árabes, asiáticos e do Leste Europeu.

A banca ficou supervalorizada, as apostas ficaram mastodônticas e a valorização dos jogadores passou a não depender tanto do talento de cada um. Ou como explicar que o meia-atacante francês Pogba tenha sido o de maior monetização, há quatro anos?

Um jogador acima da média, mas não tão superior assim aos demais. Por ironia, nunca fez nada de especialmente relevante em campo, embora tenha jogado em esquadrões repletos de craques.

Em seguida, veio a transação envolvendo Neymar. E, por fim, a renovação multimilionária de Messi no Barcelona. Dois craques, mas o dinheiro que mensura suas qualidades é inegavelmente um exagero, quase um escárnio.

No Brasil de Leandro Almeida, há também a inacreditável situação de clubes falidos bancando jogadores semi-aposentados, como Fred, que se transferiu para o Cruzeiro com salários em torno de R$ 1 milhão.

Óbvio que, em meio à vertigem das cifras, muitos – além dos atletas – ganham fortunas sem precisar bater um tiro de meta.

MAIS ACESSADAS