Não se pode culpar Dado Cavalcanti pela iniciativa de poupar as peças principais de seu time. Terá que fazer três jogos em oito dias, dois deles fundamentais para o desdobramento da temporada.

Contra o Santos-AP, em Macapá, a preocupação é fazer um bom resultado para definir em casa a passagem à próxima fase da Copa Verde.
Depois disso, virá o jogo mais importante e menos decisivo da temporada. Encara o segundo Re-Pa do ano com a classificação assegurada à semifinal do campeonato, mas sabe que não pode correr o risco de um tropeço.

A derrota no primeiro choque-rei foi determinante para o descarrilamento do trabalho de Marquinhos Santos. Pode-se dizer até que foi determinante para sua queda, pois tornou aguda a insatisfação no torcedor.

Como o embate em Santarém não define nada no grupo A1 do Parazão, Dado adota a estratégia mais adequada. Dá um descanso à dupla de zaga titular – Diego Ivo e Perema – e uma folga a Moisés, o atacante que mais jogou na temporada. 

Só não pode perder de vista que a ideia de poupar atletas nem sempre é compreendida e bem vista pelo torcedor. No Remo, a decisão de escalar um time reserva contra o Bragantino desencadeou a crise que culminou com a saída do técnico Ney da Matta.

É cada vez mais forte o sentimento de que jogadores de futebol são excessivamente paparicados e preservados quanto à agenda de jogos, embora os testes de risco e precauções médicas possam contribuir para evitar contusões graves.

Mesmo que a fria lógica dos exames confirme o acerto de certas decisões, os resultados pesam muito mais na avaliação implacável do torcedor.

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