Crianças e adolescentes em tratamento no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém, aprenderam sobre as principais iguarias de região amazônica. 

A atividade marcou a primeira etapa do projeto Curumim Chef da Amazônia, ocorrido na quinta-feira, dia 26, na Classe Hospitalar Professor Roberto França — um espaço interno do hospital onde são promovidas aulas para crianças e adolescentes internados para tratamento oncológico. 

Os alunos conheceram ingredientes muito utilizados na gastronomia amazônica como tucupi, macaxeira, farinha de tapioca, jambu, açaí, palmito, alfavaca entre outros. 

O projeto estimula a curiosidade e criatividade dos alunos, principalmente, sobre as especificidades da culinária regional amazônica, assim como a elaboração de receitas gastronômicas próprias. 

O projeto, composto por quatro etapas, terá como produto final a elaboração de um livro de receitas, confeccionado pelos próprios estudantes. O livro vai apresentar 16 receitas selecionadas pelos alunos que são adequadas às características das dietas que eles seguem. 

A expectativa é que o livro, feito a partir de papel reciclado, seja lançado no final do segundo semestre deste ano. 

Lucas Daniel Carvalho, de 14 anos, natural de Marabá, cursa o oitavo ano do Ensino Fundamental e, atualmente, está morando em Belém para fazer tratamento contra uma leucemia. 

Ele participou pela primeira vez deste tipo de atividade e falou à turma sobre dois itens muito utilizados na culinária regional: a erva alfavaca e o fruto bacuri.  

“Achei interessante esta atividade porque abriu a minha mente para novos conhecimentos da culinária da Amazônia” ele disse. “Aprendi que a dieta é rica em antioxidante e que restringe o crescimento de células cancerígenas”, acrescentou Lucas, demonstrando bastante segurança no conteúdo estudado. 

A professora-referência da Classe Hospitalar, Ana Elvira Santos, avaliou o impacto inicial da atividade de cunho sociocultural como sendo positivo para os estudantes. 

“Este projeto beneficia nossos alunos, pois dialoga sobre aspectos relacionados à gastronomia amazônica de modo que os estimula à pesquisa e criação de receitas para interagir no seu meio familiar”, pontuou Ana Elvira. 

Já a coordenadora do Núcleo de Educação Permanente do Oncológico Infantil, Natacha Cardoso, considerou que uma das maneiras mais efetivas de diversificar e estimular o desenvolvimento de crianças no processo pedagógico é por meio de atividades que fogem ao padrão tradicional de ensino. 

“O projeto permitiu aos alunos vivências em ambientes diferentes, como a cozinha, onde é possível aprender novos conteúdos, por exemplo, como a origem dos alimentos”, observou a coordenadora. 

Pertencente ao Governo do Pará, o Hospital Oncológico Infantil é gerenciado pela Pró-Saúde, uma das maiores gestoras hospitalares do Brasil.

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