Estudos apontam que a depressão pode afetar o coração, doenças da glândula adrenal podem induzir ao pânico, a Covid-19 pode afetar desde a respiração ao descompasso dos pensamentos e emoções, causando crises de ansiedade. Isso tudo porque há relação entre o cérebro e o intestino. As conexões existem tanto de informações do cérebro para o intestino, quanto do intestino para o cérebro, fazendo uma conexão que propicia um equilíbrio ao organismo.
A principal relação entre os dois órgãos está ligada ao apetite, a sensação de fome ou de falta do apetite e ao fornecimento de energia, emoções, atitudes, reação ao estresse, aprendizado e memória.
“Estruturalmente, o nosso cérebro está diretamente ligado através do nervo vago, e o intestino acaba influenciando o nosso humor no dia a dia. A gente tem aquela sensação de frio na barriga quando está diante de uma situação inesperada ou muito emocionante, ou até mesmo quando está com uma adrenalina muito grande no corpo e a gente sente aquela sensação de boca seca. Essa interação entre o cérebro e o intestino é sutil, mas ela é presente em todas as nossas ações do dia, e claro, quando existe alguma desordem de qualquer alteração tanto do cérebro quanto do intestino, os dois ficam doentes”, explica a médica clínica geral do Sistema Hapvida NDI, Ivone Rodrigues.
A relação entre os dois órgãos - cérebro e intestino - se dá também na produção de substâncias químicas como a serotonina, que tem 90% de seus receptores no intestino. Estudos afirmam que a deficiência de serotonina no cérebro é afetada pelo intestino, e quando essa comunicação não é harmônica há um caos químico, que pode desencadear sintomas de adoecimento da saúde mental como depressão, ansiedade e até esquizofrenia e transtorno bipolar.
“Nosso cérebro produz muitos neurotransmissores e o nosso sistema digestivo produz 90% da serotonina do nosso corpo, que é responsável pelo bem-estar, pelo prazer, felicidade, e esse neurotransmissor é produzido e liberado para o nosso intestino. Então, quando há qualquer alteração da microbiota intestinal, ou seja, das bactérias que estão no intestino, pode gerar distúrbio neural, psicológico, ter um quadro de depressão ou ansiedade”, diz Ivone, acrescentando que é importante manter bactérias saudáveis no intestino para equilibrar a flora.
“Quando eu tomo muito antibiótico, eu destruo essa flora intestinal. Quando eu tenho quadro de desequilíbrio na minha alimentação, causa um desequilíbrio também dessas bactérias no intestino, podendo aumentar os riscos ou piorar um quadro de depressão, ansiedade, de distúrbio do sono, de déficit de aprendizado a partir desse desequilíbrio”, destaca.
Ivone reforça ainda a importância de manter uma rotina saudável, uma vez que o consumo de alimentos industrializados, a falta de uma rotina de atividades físicas, não dormir bem e o isolamento social estão entre as principais causas de doenças.
“Você precisa se alimentar bem para que o seu cérebro funcione bem, não só porque nosso cérebro é movido pela glicose que a gente come na alimentação, mas também porque todo esse equilíbrio do nosso intestino com o nosso cérebro faz essa diferença. Então tem gastrite, tem diarreia, tem constipação, tudo isso, esses desequilíbrios, podem afetar o nosso cérebro e afetar todos os outros órgãos do nosso organismo e não só diretamente o intestino”, alerta a médica.
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