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CARNAVAL

Agremiações querem tornar a folia em Belém 100% sustentável

As Escolas de Samba querem reaproveitar materiais do Carnaval 2024 e tornar o evento mais consciente.

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Imagem ilustrativa da notícia Agremiações querem tornar a folia em Belém 100% sustentável camera A escola de samba Bole Bole é uma das que vão participar da programação de lançamento do projeto. | Divulgação

Com o objetivo de implementar ações e políticas de preservação ao meio ambiente, além de ser uma grande celebração aos 408 anos de Belém, as Escolas de Samba Associadas - ESA, em parceria com a Secretaria de Cultura do Estado do Pará (Secult), lançam hoje, 13, a partir das 16h, o projeto “Carnaval Sustentável”, na Fundação Cultural do Pará (FCP).

“A gente, enquanto Amazônia, deveria dar um exemplo para o Brasil e o mundo, com todos esses debates que surgiram, em especial no governo passado, com todos os números desfavoráveis para a Amazônia em relação ao desmatamento, à falta de respeito ao meio ambiente. Nós nunca seremos e nem temos essa pretensão de ter o glamour, a grandeza e a visibilidade do Carnaval do Rio de Janeiro, mas por que não ser um exemplo de respeito para o próprio Carnaval do Rio e para o mundo? Então, surgiu a ideia do Carnaval Sustentável, uma ideia coletiva”, falou Fernando Guga, presidente da ESA.

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Um dos pilares do projeto é que todo o lixo produzido no Carnaval deve ser recolhido e reutilizado no próprio Carnaval e em outras manifestações culturais.

“A gente recolhe, transforma e reutiliza. Este é o primeiro pilar e o outro, que acho bem mais interessante e amplo, é que ao longo do ano a gente tenha uma cadeia produtiva, desde o lixão, que recolha os materiais que podem ser reutilizados e que a gente pode usar nas Usinas da Paz, por exemplo, nos próprios barracões das escolas, e aí empregar pessoas, gerar emprego e renda durante o ano todo, para que no Carnaval a gente tenha o material reutilizado com o mínimo de impacto ambiental e que abasteça as escolas. E, quem sabe, a gente consiga fazer com que a produção seja grande o suficiente, inclusive para vender para outras regiões”, acrescentou Fernando Guga.

A ideia é que, já no Carnaval deste ano, o primeiro pilar seja colocado em prática e, ao longo do ano, sejam estabelecidas parcerias para que, em 2025, o ano da COP-30 em Belém, o Carnaval seja completamente sustentável.

ABRE-ALAS

O lançamento do projeto terá uma programação carnavalesca para todos os públicos - jovens, adultos, amantes e simpatizantes do Carnaval -, além do grupo Pagoville, às 16h, e Samb’Esa, com Luizinho Moura e Fábio Moreno, a partir das 21h30. As onze agremiações do Grupo Especial do Carnaval de Belém também farão um show completo, a partir das 18h30, com quesitos, baianas e uma superestrutura para festejar o aniversário de Belém.

“A expectativa é a melhor possível, a própria festa de lançamento tem o envolvimento das escolas de samba, carnavalescos, dos protagonistas da festa que são os artistas, cantores, a bateria, estão muito envolvidos com a ideia, estão entendendo aos poucos do que se trata e realmente adotando a ideia como necessária. Então, a gente está super otimista, a festa vai ser grande, muitas autoridades do meio ambiente estarão lá, estamos muito otimistas”, declarou Fernando Guga.

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Projeto pretende tornar cadeia produtiva do carnaval eficiente

Segundo Herivelto Martins e Silva, o Vetinho, compositor, presidente de honra e um dos fundadores da Bole-Bole, a escola sempre procurou reaproveitar materiais desde a sua fundação, mas muitas escolas não têm barracões de alegorias para guardar e recuperar materiais que podem ser reutilizados e manter uma cadeia produtiva.

“Daqui para frente, penso que todas as atividades humanas, sejam industriais, comerciais, culturais e outras, têm que ter esse pensamento voltado para a sustentabilidade, precisamos estar integrados com todos os segmentos que estão preocupados com o futuro do planeta. A COP-30 vem aí e precisamos ter voz nessa discussão, separar o joio do trigo, deveria ser um comportamento geral, sem volta, quem não se enquadrar deve se retirar do processo”, falou Vetinho.

O projeto terá parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), e com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) para formular uma cadeia produtiva visando ao desenvolvimento de tecnologias de reciclagem que, por sua vez, implica a substituição dos insumos derivados do petróleo - hoje amplamente utilizados nos desfiles de carnaval do Brasil - por materiais alternativos e menos poluentes. Nesta cadeia de produção deverão ser envolvidas as comunidades das escolas de samba e as Usinas da Paz do Governo Estadual, tendo como resultado gerar emprego e renda para essas pessoas.

Já em parceria com a Secretaria de Saneamento do Município (Sesan), haverá campanha de educação ambiental nas comunidades localizadas nas imediações das escolas de samba, com projetos pedagógicos de reciclagem. E na avenida do samba, as ações educativas, como distribuição de material didático e locuções na sonorização do sambódromo, vão estimular a conscientização ambiental, ao mesmo tempo em que, na área do evento, serão dispostas lixeiras para coleta seletiva. Por fim, na dispersão do desfile de cada escola de samba, a logística reversa recolherá fantasias e adereços que deverão ser entregues à respectiva agremiação a fim de serem reaproveitadas no Carnaval vindouro.

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