plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 31°
cotação atual R$


home
MODA AUTORAL AMAZÔNICA

Moda amazônica vai transformar Vigia em passarela a céu aberto

Desfile “Costurando Culturas” une moda, biojoias, dança e audiovisual para valorizar artesãs, artistas locais e a identidade amazônica, neste domingo (21)

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Moda amazônica vai transformar Vigia em passarela a céu aberto camera Modelos desfilam criações autorais, biojoias e símbolos da identidade amazônica durante o desfile “Costurando Culturas”, que transforma as ruas de Vigia de Nazaré em passarela a céu aberto. | Divulgação

Por muito tempo, a moda autoral amazônica precisou lutar para sair dos ateliês e conquistar visibilidade. Agora, ela rompe muros, ocupa calçadas e se impõe como linguagem cultural viva, carregada de identidade, memória e pertencimento. Em Vigia de Nazaré, essa força criativa ganha corpo, cor e movimento, mostrando que a Amazônia também dita tendências a partir de seus territórios.

No próximo domingo (21), a cidade vai se transformar em uma grande passarela a céu aberto com o desfile “Costurando Culturas”, a partir das 19h. Arte, moda, sustentabilidade e identidade amazônica se encontram em uma experiência coletiva, gratuita e aberta à comunidade, com a própria rua assumindo o papel de palco principal. A ação conta com o apoio da Secretaria Municipal de Trânsito, responsável pela organização do fluxo no local.

Leia mais:

Idealizado pelo multiartista vigiense Junior Clever e pela estilista Jucilene Alves, o projeto nasce do desejo de descentralizar a moda autoral e reafirmar que a criação pulsa também fora dos grandes centros. “A proposta surge do desejo de valorizar o lugar onde a criação acontece todos os dias: nas casas, nos ateliês e nas ruas de Vigia”, afirma Jucilene.

Com forte protagonismo feminino, o evento estende simbolicamente o tapete vermelho para modelos que desfilam peças criadas especialmente para a ocasião. Moda, dança e identidade amazônica se conectam em um gesto de integração cultural, costurando saberes e narrativas que dialogam com o território. “Tenho me dedicado a criar iniciativas que avivam a cultura da minha cidade, porque acredito que Vigia possui riquezas culturais que também precisam se manifestar por meio da moda autoral”, destaca Junior Clever.

Quer ler mais notícias de fama? Acesse o canal do DOL no WhatsApp!

A programação também dialoga com o audiovisual ETNOCENAS, dirigido por Junior, que lança um novo olhar sobre o ofício das costureiras e artesãs locais. A produção valoriza mulheres que, por muito tempo, foram vistas apenas como prestadoras de serviço, mas que agora ocupam o centro da criação, costurando histórias, memórias e identidades por meio de seus saberes tradicionais.

No coração da passarela estarão as biojoias do coletivo “Em mim a Amazônia Vive”, confeccionadas a partir de escamas de peixe, sementes e outros elementos naturais. Cada peça carrega referências do rio, da floresta, do cotidiano e da ancestralidade amazônica. “Sou mulher de pescador e sempre digo ao meu esposo, quando vai para o alto-mar, para trazer uma gurijuba graúda, porque é a partir das espinhas que consigo criar peças ainda mais bonitas”, conta a artesã Loiane Barata.

Ao lado dela, a artesã Anaile Kravo assina peças exclusivas para o desfile e reforça a relação de cuidado com a floresta. “Vou até a mata e seleciono as sementes que serão transformadas em biojoias”, explica. O uso consciente dos materiais revela uma ética de sustentabilidade e respeito ambiental, mostrando que criar também é preservar e manter viva a conexão com os ciclos da natureza.

As camisarias autorais de Jucilene Alves também ganham destaque. Há mais de 30 anos, a estilista cria peças que acolhem diferentes corpos e trajetórias, incorporando símbolos da cultura vigiense, como a gurijuba, o Círio de Nazaré, as vendedoras de doces e os espaços históricos da cidade. Cada camisa se transforma em uma narrativa visual. “Minha intenção é construir uma vitrine viva. Quem veste uma camisa carrega consigo as marcas identitárias de Vigia”, afirma.

A curadoria do desfile é assinada pela professora e pesquisadora de moda Alcimara Braga, que reforça o papel social da moda. “Uma curadora organiza narrativas, aproxima trajetórias e torna visível o que muitas vezes fica à margem. Aqui, quem protagoniza são mulheres que criam, bordam, costuram e pesquisam. A moda feita em Vigia fala de território, identidade e futuro”, pontua.

Encerrando a noite, o Studio Rosa Marciel apresenta uma performance de dança que costura corpo, música, rua e regionalidade. Mais do que um desfile, “Costurando Culturas” amplia o diálogo com o cenário cultural do Pará e reafirma que a moda autoral amazônica também mora, pulsa e se reinventa em Vigia de Nazaré.

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Entretenimento

    Leia mais notícias de Entretenimento. Clique aqui!

    Últimas Notícias