O Brasil chegou perto, mas ainda não foi esse ano que levou um Oscar para casa. O documentário "Democracia em Vertigem", da diretora Petra Costa, foi um dos indicados, mas perdeu o prêmio de melhor documentário para "Indústria Americana".

O filme ganhador foi produzido pelo casal Michelle e Barack Obama, abordando as diferenças entre a cultura americana e chinesa durante a abertura de uma fábrica em Ohio, nos EUA.

Democracia em Vertigem aborda o processo de impeachment de Dilma e a crise polítia no Brasil, sob uma visão pessoal da diretora. O filme foi alvo de ataques, inclusive através de canais oficiais do governo Bolsonaro, por defender uma visão da esquerda. Neste domingo, a secretária de Cultura, Regina Duarte, fez uma publicação nas redes sociais debochando do documentário.

Petra Costa e a equipe do documentário compareceu ao Oscar, onde realizou um protesto, carregando cartazes falando sobre a preservação de terras indígenas e questionando "Quem mandou matar Marielle?"), além de bonés do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Petra ainda convidou a líder indígena Sônia Guajajara para acompanhá-la na premiação.

O Brasil já concorreu ao Oscar em outras ocasiões, sendo quatro delas por melhor filme ("Central do Brasil", "O Pagador de Promessas", "O Quatrilho" e "O que é isso, companheiro?"). 

O país também concorreu a melhor animação, com "O menino e o mundo", melhor curta ("Uma história de futebol"), melhor documentário ("Raoni", "Lixo extraordinário" e "O Sal da Terra") e canção original ("Real in Rio", de Carlinhos Brown). 

"Cidade de Deus" teve quatro indicações: melhor diretor, melhor roteiro adaptado (Bráulio Mantovani), melhor fotografia (César Charlone) e melhor edição (Daniel Rezende).

"Orfeu Negro" chegou a vencer o Oscar de filme estrangeiro, em 1950, mas a produção foi inscrita pela França, e oficialmente, o prêmio não foi dado ao Brasil.

A equipe de "Democracia em Vertigem" realizou um protesto no Oscar. Foto: Reprodução

MAIS ACESSADAS