Uma ideia na cabeça e um celular na mão. Foi assim que o ator e diretor paraense Gilson Santos decidiu inovar no cinema regional. Cinéfilo desde a infância, ele dirigiu e atuou por longos 4 anos em um filme totalmente gravado por um smartphone. 

O resultado foi o longa "Sob a Penumbra". Disponível no Youtube e no circuito online do Cinema Olympia, o filme conta a história de uma criança que precisa superar o medo e a ausência dos pais, ao mesmo tempo em que se consulta com um psicólogo que também precisa vencer seus medos.

“A ideia nasceu há uns 4 anos e ao longo do tempo foi muito trabalho envolvido. Preferi começar assim, fazendo pelo celular, porque achei que seria algo diferente. De uma certa forma, eu quis mostrar que era possível fazer cinema assim”, conta Gilson ao DOL

A criação de filmes com celular não é algo novo. Existem, inclusive, festivais dedicados a este tipo de gravação. No entanto, Gilson conta que preferiu não ver filmes produzidos da mesma forma, para conseguir mais autonomia em suas decisões sobre planos e cenas. O longa tem quase 40 minutos, com cenas gravadas em Belém, Mosqueiro e Rio de Janeiro.

“Eu quero que o filme seja visto, não porque quero que vejam minha obra, mas para mostrar que todo mundo pode fazer cinema, desde que tenha paixão e sensibilidade. Demorei quase 4 anos pra fazer Sob a Penumbra.  Quando você faz algo autoral, o trabalho redobra. No filme eu sou ator, diretor, editor de áudio e vídeo. Foi necessária paciência para deixar ele criando maturidade e sair no tempo correto”, diz.

Apesar do nome e da estética sombria, Gilson afirma que seu filme não se encaixa no gênero Terror. Pelo contrário. O ator e diretor parte do tema medo, trilhando um caminho através do protagonista (a criança) para a superação desse sentimento.

"Esse não é um filme feito para as pessoas sentirem medo. Não. É sobre a superação desse sentimento. O filme conta a história de um garoto que sofre com ausência dos pais. Ele fica aos cuidados de uma babá e tem constantes pesadelos. Ele vê muitos filmes de terror e sente medo. Tem um psicólogo, que sou eu como ator, que o trata pra fazê-lo superar esse medo. No clímax ele encontra com esse medo personificado. Esse psicólogo também sofre nas sessões porque tem um trauma do passado. Não sei se o psicólogo vai se curar (risos), só vendo o filme”, diz.

Prepara uma pipoca e assista "Sob a Penumbra":

Sob a Penumbra, um filme sob superação do medo. Foto: Divulgação

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