Com a exibição de 40 filmes, divididos em quatro mostras, a 12ª Edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos, aberta ontem, ganha a tela do Cine Líbero Luxardo até o próximo dia 21, com exibições gratuitas de filmes que contribuem para pensar o tema. Este ano, o homenageado é o ator e diretor Milton Gonçalves. 

Já tradicional, a mostra é uma iniciativa do Ministério dos Direitos Humanos (MDH), com realização do Instituto Cultura em Movimento (ICEM), e traz uma variedade de temas e filmes, destacados por sua qualidade e por abrangerem a diversidade dos direitos humanos. Levantam questões, como memória e verdade, direitos das populações negra, indígena, LGBT, questões relacionadas aos imigrantes, às pessoas com deficiência e aos direitos em geral.

Para o crítico de cinema Marco Antônio Moreira, um dos responsáveis pela organização da mostra em Belém, refletir sobre a esfera do direito para todas as pessoas é urgente, especialmente utilizando para isso a linguagem cinematográfica. “Penso que é importante falar sobre essas temáticas e ter uma mostra que nos ajude a falar sobre isso. O cinema é uma arte muito influente. Acredito muito no cinema como forma de educação e de propor um tema como esse que é tão caro. Infelizmente, a gente ainda precisa estar discutindo sobre algo que parece tão óbvio para a humanidade”, analisa.

Divididos em quatro mostras - Temática, Panorama, Mostrinha (dedicada ao público infantojuvenil) e Homenagem (que celebra a carreira do ator e diretor Milton Gonçalves), todas as sessões dos filmes permitem ainda um formato acessível de exibição, com o closed caption. Há títulos ainda que contam com sessões selecionadas comaudiodescrição e Libras. 

Os espaços onde ocorrem as exibições também possuem estrutura acessível para receber os diferentes públicos, além de contar com a programação em braille para consulta.

Com uma enorme variação e formato de temas, a mostra revela-se uma grande oportunidade para que o público prestigie a produção nacional, considera Moreira. “Além da questão da temática, são filmes com boa representatividade, com temáticas selecionadas por uma curadoria, ainda mais com entrada franca, é importante prestigiar, pois possuem qualidade gigantesca, especialmente quanto à demanda nacional”, garante o crítico.

A mostra é uma oportunidade ainda de formação de público nas salas de cinema, especialmente para filmes que não estão disponíveis no circuito comercial. “A grande dificuldade é ainda a de criar interesse do público. Todos os anos, nossa luta é de ter mais gente acompanhando as programações e a entrada é franca, o que é fundamental para a formação de público. Fica o convite para que as pessoas compareçam”, convida.

(Wal Sarges/Diário do Pará)

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