Diferentes sotaques e tradições do carimbó se encontram em uma programação intensa que marca o sexto aniversário da conquista do registro do Carimbó como Patrimônio Imaterial Brasileiro. O “Carimbó do Meu Brasil 2020” segue com atividades culturais em diversas cidades do Pará e do Acre, sendo transmitidas via internet por meio da fanpage da Campanha do Carimbó. O encerramento será no próximo dia 26 de setembro.

Por conta das restrições impostas para evitar a disseminação do novo coronavírus, as programações, neste ano, passaram por reformulação e ocorrem no formato on-line. Mas se decidiu pela importância de realizá-las. “É nossa comemoração pública e coletiva desse momento do registro oficial do carimbó paraense como patrimônio cultural imaterial do Brasil, uma ação estabelecida por nossas comunidades para compor as estratégias de salvaguarda desse bem cultural”, explica o pesquisador e produtor cultural Isaac Loureiro, membro da coordenação da Campanha do Carimbó.

Nas diversas comunidades carimbozeiras e na internet, ocorrem rodas de conversa e debates on-line com mestras e mestres do carimbó de vários municípios, lideranças de grupos e do movimento carimbozeiro, além de convidados como artistas, produtores culturais, pesquisadores e representantes de instituições públicas de cultura.

Esses diálogos irão abordar temas como os impactos da patrimonialização do carimbó em âmbito local e nacional, as ações de salvaguarda e seus desafios, as políticas culturais na pandemia, a diversidade de saberes e tradições do carimbó, entre outras. Serão realizados ainda shows de grupos de carimbó nos vários polos e regiões do Pará, como Salgado, Bragantino, Metropolitano, Marajó, Carajás, Guamá e Tapajós.

SALVAGUARDA

O evento é realizado desde 2014, quando, no dia 11 de setembro, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) finalizou o processo de registro e reconheceu o carimbó como parte fundamental da cultura de nosso país. “Para nós, a salvaguarda sempre existiu, sendo feita pelas próprias comunidades, mestres e grupos de carimbó, que ao longo desses 200 anos garantiram a preservação, a valorização, a transmissão e a difusão dessa tradição em seus contextos locais. O que acontece após o registro é a participação do poder público nessa salvaguarda, especialmente o Iphan, com destinação de recursos para as ações necessárias”, esclarece Isaac.

A partir dessas experiências comunitárias, destaca Isaac, foi construído o Plano de Salvaguarda do Carimbó, documento reconhecido oficialmente que v orienta as ações, nos próximos dez anos, para manutenção do bem cultural para as futuras gerações.

PROGRAMAÇÃO

- Carimbó do Meu Brasil 2020

Quando: Até 26 de setembro

Hoje, 16h - Roda de conversa virtual com o tema “Carimbó em tempos de pandemia: como está a salvaguarda de mestres e mestras, grupos e comunidades detentoras?”

Onde: no facebook

Sexta, 18, às 16h - Roda de conversa virtual “A patrimonialização do Carimbó e seus impactos e desdobramentos no cenário cultural local e nacional”

Onde: no facebook

Sábado, 19, às 17h - Live com o grupo Carimbó do Nilo e convidados

Onde: no facebook

Sábado, 19, às 19h -Roda de carimbó com Grupo Acauã e convidados

Onde: no facebook

Conversas com mestres e mestras e apresentações de grupos estão previstas Foto: Isaac Loureiro/Divulgação

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