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ARTES VISUAIS

Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia abre “Pulsões” 

Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA) recebe exposição com visitação aberta de terça a sexta, das 9h às 17h, sábado e domingo, das 10h às 14h.

Imagem ilustrativa da notícia Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia abre “Pulsões”  camera Artistas participantes e equipe realizadora prestigiaram a abertura da mostra, que a partir de hoje pode ser vista pelo público em geral. | Irene Almeida

A intensidade passional ou a energia psíquica não dominada pela razão é o cerne da exposição “Pulsões”, eixo que compõe a programação do 12º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. A mostra abre para convidados nesta quarta-feira, 6, no Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), e ao público na quinta-feira (07).

Com curadoria de Mariano Klautau Filho, a mostra “Pulsões” deriva do diálogo com a exposição “Desejos pessoais, pulsões coletivas: quando as imagens tomam posição”, em cartaz na Casa das Onze Janelas, proposta por Alexandre Sequeira, curador convidado desta edição do DCF.

No MUFPA, Mariano reuniu obras de sete artistas da Coleção Diário Contemporâneo de Fotografia e de dez artistas convidados. “Com o mote trazido por Alexandre, tomo o pulsional nesta mostra para experimentar com o espectador, nas mais diversas frequências, o modo como o artista rebate à realidade circundante em sentido erótico, corpóreo, passional, afetivo, mas nunca apaziguador. De preferência lúcido e capaz de não perder a sua potência imaginativa”, diz ele, curador geral do DCF.

Da coleção do Prêmio, compõem o eixo “Pulsões” obras de Ana Mokarzel (PA), Coletivo Garapa (SP), Flavya Mutran (PA/RS), Hirosuke Kitamura (JP/BA), Jorane Castro (PA), Renan Teles (SP) e Tom Lisboa (PR). Dos artistas convidados, integraram a mostra Denise Gadelha (PA/SP); Betania B (PA); Duda Santana (PA); Victor Galvão (RJ), Laiza Ferreira (PA/RN), Melissa Barbery (PA), Patrícia Teles (RJ), Paulo Mendel (RJ/SP) & Vi Grunvald (PA/RS), Randolpho Lamonier (MG) e Waléria Américo (CE).

Entre a cidade e o corpo

No recorte proposto por Mariano Klautau Filho, o elemento “pulsão” não distingue vida e morte, que se encontram numa mesma linha de tensão. O eixo traz, então, obras como “Uroboro”, de Denise Gadelha, um transe na ruína inventada do Bosque Rodrigues Alves, em Belém. “Essa ruína foi construída, ela é um simulacro de ruína. A obra trata da questão da origem do mundo, em uma câmera que gira, num movimento ritualístico e hipnótico. É uma metáfora das cidades feridas”, comenta o curador.

“Webcasting/LiveStreaming”, obra de Renan Teles (SP), de 2013, pertencente à Coleção DCF, Acervo Casa das 11 Janelas, presente em “Pulsões”.
📷 “Webcasting/LiveStreaming”, obra de Renan Teles (SP), de 2013, pertencente à Coleção DCF, Acervo Casa das 11 Janelas, presente em “Pulsões”. |Renan Teles/Divulgação

Ainda no aspecto urbano, estão na exposição a literatura dos muros da cidade de Melissa Barbery; os retratos fantasmáticos de Flavya Mutran e a instalação sonora de Waléria Américo, feita a partir de sons de tiros da violência cotidiana. A mostra traz ainda as performances de Duda Santana e Patrícia Teles; colagens de Laiza Ferreira, os retratos noturnos dos marajoaras produzidos por Betania B.

Ganham destaque também os trabalhos de Jorane Castro, Hirosuke Kitamura e Renan Teles, onde a energia sexual está muito presente. Os “Palimpsestos” de Tom Lisboa também refletem a urgência das ruas e se complementam no filme “Domingo” de Paulo Mendel e Vi Grunvald. “O filme da dupla mostra uma festa em uma comunidade LGBTQI+ de SP. São conversas, lazer, um hino à liberdade afetiva e ao mesmo tempo, uma atitude de resistência política. Um belo retrato de uma juventude brasileira”, diz Mariano.

Segundo o curador, a mostra busca abrir janelas de provocação, como um respiro e ao mesmo tempo reflexão sobre o país. “Ofereço como antídotos para todos nós, sobreviventes de um novo triste trópico que esperamos recuperar-se em breve”, propõe Mariano em seu texto curatorial.

O DCF é uma realização do jornal DIÁRIO DO PARÁ e RBA com patrocínio da Alubar, Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Sebrae-PA, apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), e colaboração da Sol Informática.

DCF abre mostra nas Onze Janelas

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia (DCF) realizou ontem, 5, a abertura de sua exposição na Casa das Onze Janelas, reunindo a equipe realizadora e artistas participantes. O público em geral poderá visitar a mostra a partir de hoje, 6, com acesso gratuito. O artista visual Alexandre Sequeira foi convidado a fazer a curadoria, promovendo o diálogo entre recortes da coleção do DCF e obras de mais 20 artistas convidados, alguns deles com trabalhos inéditos.

O vice-presidente do Grupo RBA, Camilo Centeno, destacou este como um período difícil para a arte. “Por isso é extremamente importante que o Prêmio esteja sendo realizado. Ele atingiu uma visibilidade e importância que não é possível mais não realizá-lo”. E ressaltou o interesse dos artistas: “As pessoas se inscrevem do país inteiro. Esse estágio que atingimos nos dá muito orgulho”.

A diretora da Casa das 11 Janelas, Sanchris Santos, posa junto ao diretor comercial do Grupo RBA, Nilton Lobato, o vice-presidente do Grupo RBA, Camilo Centeno, a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, o curador geral do DCF, Mariano Klautau Filho e o curador convidado, Alexandre Sequeira.
📷 A diretora da Casa das 11 Janelas, Sanchris Santos, posa junto ao diretor comercial do Grupo RBA, Nilton Lobato, o vice-presidente do Grupo RBA, Camilo Centeno, a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, o curador geral do DCF, Mariano Klautau Filho e o curador convidado, Alexandre Sequeira. |Irene Almeida

Coordenador e curador geral do DCF, Mariano Klautau Filho destacou este como uma ferramenta de diálogo. “Estamos dando continuidade à proposta de curadorias compartilhadas, este ano, com o Alexandre Sequeira, que deu o eixo desta 12ª edição”.

Após ter passado por ali uma série de exposições que debatiam questões sociais, com a mostra intitulada “Desejos Pessoais, Pulsões Coletivas: Quando as Imagens Tomam Posição”, o prêmio leva ao espaço questões de identidade, pessoais, o que, segundo Sanchris Santos, diretora da Casa das Onze Janelas, é uma maturação do que o espaço vinha trabalhando desde 2019. “Espero que as pessoas consigam transitar por essas obras e abrir de fato o diálogo a partir delas, com os artistas e o público em geral”.

Alexandre Sequeira aponta que, como curador, seu grande desafio começou quando se deparou com uma coleção respeitada no Brasil inteiro. “A partir daí, a gente começa a propor alguns recortes, escolher trabalhos que pudessem ser indutores, ser ponta de lança para abrir caminho para algumas pautas necessárias para o dia de hoje, pautas ambientais, de gênero, de raça... E a partir dessas escolhas da coleção, a gente começou a convidar artistas do Brasil inteiro, do Rio Grande do Sul a Rondônia para potencializar o diálogo”, explica.

Um grande admirador do projeto, Alexandre acompanha o DCF desde a primeira edição. Sendo assim, conhecia os trabalhos da coleção, mas afirma que precisava olhar para eles a partir do agora. “Precisava compreender neste momento de dificuldades que a gente vive, sob vários aspectos de ameaças, inclusive de garantias constitucionais tão fundamentais, o quanto esses trabalhos poderiam nos convocar a pensar sobre os dias de hoje, a partir da articulação com outros artistas”.

Curadoria dá novos sentidos e atualidade a obras da coleção

A abertura do Prêmio também foi marcada por uma forte presença feminina de artistas que já integravam a coleção e algumas que foram convidadas, como Ana Mendes (RS/MA), com a série “Pseudo Indígenas”. Foi na seleção do prêmio Pierre Verger que Alexandre conheceu o trabalho e fez o convite para trazê-lo a Belém. “Esse trabalho trata sobre os Guarani Kaiowá, do Mato Grosso do Sul, e os Akroá Gamella, do Maranhão, que estão vivendo violências diversas. Falo muito do racismo contra essas duas populações e que reflete o racismo contra todas as populações indígenas do resto do Brasil”, ela comenta.

Também há artistas locais convidados, como Keyla Sobral, que já participou de várias edições do DCF. “Revisitar a coleção, eu acho importante para pensar, e também tem novos trabalhos como os meu, que são todos de 2021”, pontua. Entre as obras dela expostos estão “Me Erra”, da série “Desenho em Movimento”, e “Isso São Meus Segundos Que Te Dou”, um letreiro em led. “No auge da pandemia, fiquei debruçada no meu trabalho, e comecei a colocar no Instagram, revisitando trabalhos antigos. Foi lá que o Mariano e o Alexandre viram. É legal revisitar o nosso trabalho e descobrir novas maneiras de expô-lo”.

Já a artista visual Wilka Sales (MA) participa com a série “No Pôr do Sol, a Cigarra Voa Alto”, fruto de sua pesquisa de mestrado, sobre corpo, memória e lugar. “Fiquei muito lisonjeada pelo convite, primeiro por estar nesse rol de artistas conhecidos nacionalmente e depois por esse trabalho ser muito emblemático e que ainda estava em processo, não tinha apresentado em lugar nenhum”, comenta. Muito tempo longe do interior do Maranhão, onde a avó, uma ex-benzedeira, vivia, quando a artista pôde retornar ao local, encontrou o material que deu origem à obra, atravessando sua pesquisa e resultando em um entrelaçamento de memórias, raízes e afetos.

DIVERSIDADE

Outros convidados também celebraram essa diversidade de trabalhos e o investimento conjunto neles. “Por formar consciências críticas, uma leitura de mundo muito apropriada da realidade, a cultura tem sido bastante perseguida no âmbito do governo federal; mas aqui no estado continuamos investindo nessa área. Nós temos muitos profissionais que acreditam que a fotografia é uma expressão muito importante das nossas vidas, narrativas… Que esse seja um espaço de fomento e de celebração desses que se colocam à disposição da arte e da fotografia”, comentou a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal.

O diretor comercial do Grupo RBA, Nilton Lobato, reforçou o prêmio como forma de valorizar a cultura. “É a nossa contribuição para a população, os artistas, e é muito gratificante chegar nessa 12ª edição com mais de 200 obras, mais de 50 artistas participando. É a gente mostrar cada vez mais o nosso compromisso com a cultura. E que seja estímulo para que outras empresas valorizem nosso artistas. Nosso agradecimento ao Sebrae, à Assembleia Legislativa do Pará, à Alubar, ao Sistema Integrado de Museus, pois sem esses parceiros nós não teríamos conseguido realizar mais essa edição”.

VISITE

12º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia

- Mostra “Pulsões”

Abertura: Hoje, às 19h, para convidados.

Visitação: A partir desta quinta-feira, 7, de terça a sexta, das 9h às 17h, sábado e domingo, das 10h às 14h.

Onde: Museu da Universidade Federal do Pará - MUFPA (Av. Gov. José Malcher, esquina com Generalíssimo - Nazaré)

- Mostra “Desejos pessoais, pulsões coletivas: quando as imagens tomam posição”

Visitação: A partir de hoje, de terça a domingo, das 9h às 17h.

Onde: Casa das Onze Janelas (Praça Frei Caetano Brandão - Cidade Velha)

Quanto: Entrada franca

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