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Exposição Caetés abre na próxima semana em Belém; conheça!

A exposição Caetés apresenta imagens produzidas pelo fotógrafo e jornalista capanemense Fagner Damasceno.

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Imagem ilustrativa da notícia Exposição Caetés abre na próxima semana em Belém; conheça! camera Fagner Damasceno

É no rio que mergulhamos, nos conectamos. É lá que está a nossa essência, a nossa relação única com a natureza, o cuidado com ela e também a degradação do dito progresso que gera empregos, produz produtos e serviços, mas ameaça nossos rios, memórias e nossas tradições.

Caetés parte de Capanema mas quer correr o mundo e mostrar a nossa paisagem, nossa gente, nossas dores, nossas lutas, vitórias e também nossos motivos para sorrir. É lá que está nosso umbigo, nossos amigos, desafetos também. É para lá que sempre que retornamos para recarregar-nos de nossa essência.

A exposição transborda beleza, mas também quer ter ressonância política. As cidades do interior existem e possuem dinâmicas, personagens e paisagens ímpares que merecem que o mundo as conheça e reconheça.

A exposição Caetés apresenta imagens produzidas pelo fotógrafo e jornalista capanemense Fagner Damasceno. Essas fotografias retratam: ora de maneira documental, ora onírica a vivência daqueles que se banham nas águas dos rios e dela tiram inspiração e força para suas vidas.

Indivíduos que, por vezes, são marginalizados nessa região por conta do preconceito. A exposição é um manifesto contra o preconceito aos grupos LGBTQIA+, afrodescendentes, descendentes dos indígenas e ribeirinhos e, sobretudo, ao rompimento do binômio centro-periferia.

Veja como os responsáveis pela exposição falaram sobre "Ser Caetés":

As imagens apresentam sujeitos que adentraram os braços de novos rios buscando seu caminho de expressão sem nunca deixar para trás as origens e as memórias dos Caetés.

O projeto Caetés traz à tona registros fotográficos dos costumes e cotidiano ao redor dos rios e também reflete sobre as vivências dos grupos étnicos e sociais, em cidades pequenas, possuidoras de uma urbanidade que, via de regra, não é suficientemente retratada.

O objetivo do projeto é registrar, documentar e disseminar a vivência nos Caetés com suas pequenas vilas, cidades e vilarejos e também a produção artística e cultural da região, em que a natureza é protagonista e o principal meio de subsistência material e simbólica das pessoas, tentando fugir das armadilhas e lugares comuns com que essas populações costumam serem retratadas.

Na exposição Caetés trabalhamos com retratados-sujeitos, que contam suas histórias, tecem sua identidade e fluem com seu habitus em uma síntese de ética e estética por meio da Direção criativa e artística criada por eles.

Édipo deQueiroz Santiago (@edipppo) - Curador

Ser criada na região (Caetés) inserida em uma família que mantinha estreitas relações com o artesanato e os saberes manuais. Convivíamos no seio do matriarcado, com avó do lado de mãe e pai vivas, resistentes e apaixonadas tanto pela família quanto pela sua arte. A corda no braço e os fios em desentrelace nas vestes é uma projeção da ideia de me desamarrar das padronizações, quanto ao modo de viver, posicionamento e estética, que por um bom tempo, eu supunha que era correto. Finquei a ideia de me expressar pessoal e visualmente a partir do anseio que a possibilidade de toda essa arte deixar de existir, mediante ao iminente apagamento das artistas mulheres da minha família, se concretizasse. Algumas peças como a saia, materiais e acessórios eu recebi de algumas dessas mulheres que marcou meu caminho e trouxe arte e movimento pra minha vida. Algumas delas estão aqui e outras já se foram, mas temos em comum a energia criativa e vontade de voz ativa. Eu coleciono e revisito minha memorabilia e recorro à minha sabedoria herdada em cada movimento que faço, na tentativa de fazer parte do espírito do meu tempo e de outros.

DemyDamasceno – Direção Criativa e artística (@demidamasceno)

Em meus trabalhos de artes visuais, tanto na pintura quanto na fotografia, busco resgatar memórias e vivências amazônicas, criando um plano onírico, surrealista, para expressar a interação do corpo com a natureza e as forças misteriosas e encantadas que se encontram na cultura da Amazônia e enraizadas em nossa ancestralidade.

Na exposição “Caetés” de Fagner Damasceno, além de performer, assino a direção criativa e artística das cenas, onde criei uma persona encantada inspirada na Pérola do Caeté, nas gotas do rio Caeté, nas águas escuras que ao receberem a luz do sol doura cada memória de água. Dizem que os rios possuem memórias muito antigas, memórias de toda ancestralidade, que atravessa todo o nordeste paraense e desagua no mar. O Encantado Pérola do Caeté não mostra o rosto, é o mistério do próprio rio e vê tudo através do reflexo e das memórias que guardam cada gota d’água. Se enfeita de branco, sempre com um grande tecido as vezes azul, as vezes amarelo, brilhante como as pérolas. Carrega consigo um elemento encantado de proteção e que une as águas com a mata. Pérolas que apontam para uma direção e pena de guará que aponta para outra. Esse objeto é como um amuleto no qual equilibra e prospera a natureza dentro de nós.

AkhacioAmawáka Direção Criativa e artística - ( @akhacio / @akha.art )

Serviço

Exposição Caetés

Data: 22/12/2021 a 22/01/2022

Local: Casa Namata. Av. Conselheiro Furtado, 287 - Batista Campos, Belém - PA

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