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Museu de Arte Moderna do Rio inclui obras de paraenses

A Exposição “Terra em Tempos: Fotografias do Brasil” segue até 17 de julho.

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Imagem ilustrativa da notícia Museu de Arte Moderna do Rio inclui obras de paraenses camera Obra da arquiteta e fotógrafa Rosário Lima, também entre os artistas paraenses da mostra. | Acervo MAM RIO/Divulgação

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-Rio) abriu ontem a coletiva “Terra em Tempos: Fotografias do Brasil”, com 270 fotografias de 120 artistas, incluindo os paraenses Rosário Lima, Guy Veloso, Luiz Braga, Paulo Amorim, Paula Sampaio e Elza Lima, além do português Felipe Fidanza, que atuou como fotógrafo em Belém no século 19. A curadoria de Beatriz Lemos estabelece sete eixos temáticos que discutem as construções de identidade, cultura e história do Brasil, a partir do acervo da instituição.

“Cada fotografia nos desafia a encarar as presenças dentro de um mesmo fragmento e, paralelamente, a decifrar ausências. Voltar-se para o que é aparente nas imagens pode denunciar os silêncios e as faltas que as circunscrevem”, afirma a curadora.

Por meio de obras em diferentes suportes, técnicas e temporalidades, “Terra em Tempos” abre a paisagem e provoca a interrogação das cenas em busca de leituras para o presente. Considerando as relações entre a história do Brasil e a imagem fotográfica, unem-se ao trabalho dos paraenses outros grandes nomes da fotografia no país, como Claudia Andujar, Marc Ferrez, Mario Cravo Neto, Pierre Verger, Sebastião Salgado, Maureen Bisilliat, Miguel Rio Branco, Walter Firmo e Evandro Teixeira. Parte das obras são acompanhadas de audiodescrição e todos os textos da mostra são disponibilizados em versão digital.

Foto de Elza Lima que integra a exposição “Terra em Tempos”.
📷 Foto de Elza Lima que integra a exposição “Terra em Tempos”. |Acervo MAM RIO/Divulgação

Segundo Beatriz Lemos, uma mostra como “Terra em Tempos”, que se propõe a discutir identidade nacional a partir da fotografia, não poderia deixar de fora imagens de fotógrafos paraenses pertencentes ao acervo do MAM-Rio. “Reunir fotógrafos com diversas perspectivas e territorialidades nos ajudou a compor um cenário de tensões, contrariedades e aproximações inesperadas. Nesse sentido, trazer fotógrafas e fotógrafos paraenses - Estado onde a fotografia exerce uma forte influência em todo o país -, era fundamental para levantar reflexões sobre cultura, história e memória”, destaca. “A presença de trabalhos de figuras como Elza Lima, Paulo Amorim e Guy Veloso adensam essas discussões. Além disso, a presença de fotografias do português Felipe Augusto Fidanza na exposição são registros documentais importantes para pensar a espacialidade de Belém no fim do século 19”, completa a curadora, lembrando Fidanza, que se tornou uma das principais referências no campo da fotografia da região Norte, a partir da segunda metade da década de 1860.

Caminhos cruzados

Entre os participantes, destaca-se a presença de Rosário Lima, mais conhecida por sua atuação como arquiteta. “Quando recém-formada, eu fiz [cursos na] Fotoativa e comecei a fotografar. Sempre gostei de fotografar. Essa imagem [que está na mostra] faz parte de um trabalho que eu expus no final dos anos 1980, quando se realizava semanas de fotografia nos estados e eu sempre frequentava. Em uma delas, conheci o Joaquim Paiva, um conhecido colecionador de fotografia contemporânea e ele me pediu vários trabalhos, e passou a fazer parte do acervo dele”, conta Rosário.

Alguns anos atrás, Joaquim Paiva, que também tem fotos presentes em “Terra em Tempos”, fez a doação de grande parte de sua coleção para o MAM-Rio, incluindo as fotografias de Rosário. “Agora, a curadora da exposição me ligou para avisar que a fotografia seria usada nessa coletiva. Ela vem de um trabalho coletivo que fazíamos na Fotoativa chamado ‘Interiores’. Fiz essas fotografias dentro de uma casa da Cidade Velha, que ficava ali na Ladeira do Castelo. Vês que tem um varal, a pessoa estendeu as roupas dentro de casa”, descreve.

Rosário conta que, mesmo se destacando na arquitetura, nunca deixou de fotografar, inclusive mantém um perfil no Instagram (@rosario.lima13) para compartilhar suas fotografias, mas que também entende os dois universos como muito próximos ao longo de sua trajetória.

“Eu gosto de fotografar de tudo, principalmente quando viajo. Passo um tempo em Portugal vez ou outra, e fotografo muito a arquitetura das cidades. Fui procurar a Fotoativa por causa da arquitetura, porque comecei a trabalhar recém-formada na assessoria da Secretaria de Urbanismo da Prefeitura de Belém, do Almir Gabriel, e de cara me deram a tarefa de fazer um levantamento fotográfico do antigo necrotério que tinha na região do Ver-o-Peso, que passava por uma restauração, em 1985. Eu não tinha nada (risos), peguei emprestada a máquina de um tio e um livro de fotografia. Fiz as fotos, ficaram ótimas e comecei a me interessar. Depois da Fotoativa, passei a fotografar todos os trabalhos [em arquitetura] antes e depois. Para mim sempre teve uma relação grande entre os dois”, analisa.

A maior parte da atuação de Rosário Lima como arquiteta foi com intervenção em patrimônio arquitetônico. Quando trabalhou para o Governo do Estado, participou da criação da série de livros “Restauro”, que retratam, incluindo fotografias suas, as obras realizadas em prédios históricos da cidade. “Só posso dizer que me sinto muito honrada de ter sido escolhido um trabalho meu para uma mostra desse porte [de ‘Terra em Tempos’]. É uma mostra quase histórica, com trabalho de muitos dos maiores fotógrafos brasileiros. Eu sinto pena de não estar na abertura, mas pretendo até julho dar uma chegada lá. Até pelas dimensões da exposição, acho que vale muito a pena”, diz ela.

AMIGO

Elza Lima destaca a base da coleção de Joaquim Paiva, seu amigo de longa data, para compor “Terra em Tempos”. “Ele tem uma das maiores coleções de fotografia do Brasil, uma coleção maravilhosa. Ele foi durante as semanas de fotografia que a Funarte fazia, teve conhecimento, andou, conheceu fotógrafos de todo Brasil e foi comprando. E acho muito interessante o olho clínico dele, porque ele pega fotógrafos que estão começando e vão aparecer lá adiante”, destaca a fotógrafa.

“Essas fotos minhas, ele comprou logo no início da minha carreira fotográfica. Sempre fico pensando nisso, que ele formou uma grande coleção pela visão que ele teve dos fotógrafos, do olhar que ele teve dos caminhos, os que iam continuar na profissão. Quando penso na coleção dele, penso como ele estava antenado com o mundo fotográfico”, elogia Elza.

A última vez que encontrou com o amigo colecionador, Elza lembra que foi durante a mostra “Terra em Transe”, de Diógenes Moura, outra grande mostra de arte brasileira com forte presença paraense. “Eu adoro o Joaquim, é uma festa sempre que encontro com ele, uma pessoa muito prazerosa de se conhecer. E ele é fotógrafo também! A última vez que nos falamos, ele estava dando uma oficina de fotolivros, livro de autor, na editora Estrondo, de Brasília, a primeira editora do país que só edita mulheres, um projeto maravilhoso. E é assim, ele é muito ativo”, comenta.

NO RIO

Exposição “Terra em Tempos: Fotografias do Brasil”

Quando: Até 17 de julho, com visitação às quintas e sextas, das 13h às 18h; e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h.

Onde: MAM-Rio (Av. Infante Dom Henrique, 85, Aterro do Flamengo - Rio de Janeiro)

Ingressos: R$20 (adultos) e R$10 (crianças, estudantes e +60) é o valor sugerido, com opções de gratuidade. Acompanhe no site.

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