Mestre Damasceno irá viajar neste próximo sábado (18/02), com destino ao Rio de Janeiro, para ser homenageado pela escola de Samba Paraíso da Tuiuti, do grupo especial, no carnaval da Sapucaí. Com o enredo “O Mogangueiro da Cara Preta”, a agremiação vai contar a chegada dos búfalos e sua adaptação a Ilha de Marajó, assim como o folguedo do búfalo-bumbá criado por Damasceno.
A Paraíso do Tuiuti é a primeira escola a desfilar na Segunda-feira de Carnaval (20) em 2023. A agremiação de São Cristóvão deve entrar aproximadamente às 22h.
A comitiva que parte no próximo sábado rumo ao Rio de Janeiro é formada por 15 pessoas, 8 artistas, sendo Mestre Damasceno e os Nativos Marajoara, e 7 técnicos, entre produção, assessoria de imprensa, fotógrafo, cinegrafista e uma assessora de acessibilidade. A viagem está sendo realizada com o apoio do Governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria de Cultura e da Secretaria de Turismo; e da Prefeitura Municipal de Salvaterra.
Quem é o mestre Damasceno?
Damasceno Gregório dos Santos, ou como é mais conhecido, mestre Damasceno, está prestes a completar 69 anos de idade, e em 2023 também completa 50 anos de atuação na cultura popular. Oriundo do quilombo de Salvá, localizado no município de Salvaterra, ilha do Marajó, tornou-se uma pessoa com deficiência visual aos 19 anos, devido a um acidente de trabalho. É cantor e compositor de toadas de boi-bumbá, de carimbó, xote, samba e até brega.
Mestre Damasceno tem quatro álbuns gravados. Em 2013 gravou “Poesia e Reflexões”, com 11 canções em um projeto de uma escola municipal de Soure. No ano de 2020, produziu o cd “Canta o Encanto do Marajó”, com 10 músicas, realizado através de recursos próprios e apoio de amigos, em um estúdio de Salvaterra; e em 2021 gravou Encontro D’água, que teve participação especial de Dona Onete na faixa Feira do Veropa, com apoio do Edital de Música da Lei Aldir Blanc – Secult/PA, e agora em janeiro de 2023 lançou o álbum Búfalo-Bumbá. Em março, fará o lançamento de mais um trabalho musical.
O Mestre Damasceno já ganhou inúmeros títulos. O primeiro título foi em 1973, aos 19 anos, quando foi campeão de colocador de Boi-Bumbá, no município de Soure, e de lá para cá muitos outros o sucederam. Mestre Damasceno recebeu dois prêmios da Secretaria da Identidade e Diversidade Cultural, do extinto Ministério da Cultura (2009 e 2017).
Recebeu também o Prêmio Mestre da Cultura Popular do Estado do Pará - SEIVA, por meio da Fundação Cultura do Pará – Tancredo Neves (2015), e foi reconhecido como mestre de carimbó pelo Instituto do Patrimônio, Histórico e Artístico Nacional (IPHAN, 2017); além de muitas outras premiações e homenagens simbólicas, inclusive na Assembleia Legislativa do Estado do Pará e na Câmara Municipal de Salvaterra.
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