Apostando na autodefinição artística para a escolha da estética, na saída dos lugares comuns da arte, no protagonismo dos artistas amazônicos, no debate sobre como a arte pode mudar a cidade e na mudança de perspectiva quando se fala de Amazônia, será lançada hoje, 29, às 19h, no Museu da UFPA, a Bienal das Amazônias.
A programação - apenas para convidados - será comandada pelo coletivo Themônias, que levará a arte de rua para dentro do museu.
“Somos de um movimento de rua, de artistas dissidentes em invasão, e fomos convidados para fazer parte desse momento inicial em alusão a esse compromisso da Bienal com espaços não institucionais. A convenção já acontece há alguns anos e funciona como um espaço de alinhamento do movimento”, disse Juliano Bentes, artista, pesquisador e curador da III Convenção das Themônias.
Após o lançamento da Bienal, a Convenção passa a ter agenda aberta para a participação do público ao longo de seis semanas temáticas: sustentabilidade, periferias, mulheridades, transgeneridades, etnicidades e a última sobre temas que atravessam os processos artísticos e sociais da Themônias e de que formas se atravessam. A programação contará ainda com shows, performances e exposição aberta. “E mais um monte de coisa legal, com mais de 60 artistas envolvidos”, destaca Juliano.
“A ideia dessa convenção é nos juntar, alinhar nossos discursos, mostrar que ‘themonização’ não é só uma estética, mas uma forma de fazer arte amazônica dissidente de uma forma específica. A programação foi pensada para abarcar várias linguagens e artistas que se identificam como Themônias em diversas áreas”, completa Juliano.
A Bienal também quer subverter a lógica que sempre dominou o discurso sobre a Amazônia, essa região diversa e complexa, ocupando um espaço para pensar e promover a arte feita por indígenas, negros, caboclos e toda a diversidade historicamente invisibilizada.
No lançamento da Bienal das Amazônias e abertura da Convenção das Themônias, o coletivo comandará a discussão sobre políticas públicas, das 16h às 18h, seguida das Noites Themônicas, com música de Scarlet Queen, discotecagem de Jon Jon e performances de Espindola Brotero e Haus of Híbrida.
AGENDA
Entre os dias 5 de julho e 11 de agosto, a Convenção das Themônias seguirá com extensa programação, com cada tema explorado através das oficinas, dos “Debates Cabelo” e das performances. Nos dias 5, 6 e 7 de julho, as atividades terão como tema a sustentabilidade. Primeiro, nas oficinas “Um Corpo Político de Intervenção” e de maquiagem - feita com pigmentos naturais extraídos da floresta e da terra -, comandadas por Celeste Volúpia e Condessa Leonardo Botelho, respectivamente.
E nos dias 12 e 13, o tema será “Periferias”, com oficinas sobre Vivências Circenses (para público infantil) e Stilleto. Nos dias 19 e 20, o tema será “Etnicidades”, com oficinas sobre Tranças (para público infantil) e Expressão Corporal. Nos dias 26 e 27, o tema será “Transgeneridades”, com oficinas de Customização e Corpo Themônia. Já em agosto, os dias 2 e 3 serão dedicados ao tema “Mulheridades”, com oficina sobre produção. Nos dias 9 e 10, a temática será o “Movimento Themônias”, com oficinas sobre Cabeças e Costura Criativa.
ENCONTRO
Bienal das Amazônias + Convenção Themônias
Quando: A partir de sexta-feira, 30, a 11 de agosto, de terça a quinta, das 9h às 18h, e sextas, das 12h às 21h.
Onde: Museu da Universidade Federal do Pará
Quanto: Gratuito
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