Radicado há 13 anos em São Paulo, o escritor paraense Toni Moraes apresenta seu novo romance, “Morto não me serves de nada”, já em fase de pré-lançamento no site da editora Folheando. Em São Paulo, o paraense dedica-se à literatura, em sua escrita, na pesquisa e na edição na Monomito Editorial, onde publicou diversos autores paraenses.
Nesta obra ficcional, o autor debruça-se sobre a realidade do contexto político da América do Sul no ano de 2019, que se refletia em instabilidade, muitas crises, polarização política, e ascensão de ideias reacionárias. “E essas coisas todas me levaram a refletir sobre como nossa vida pode ser profundamente impactada pelas escolhas que fazemos, e essas escolhas se dão num plano pessoal, mas sofrem muita influência do plano social em que a gente se encaixa”, lembra-se.
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“Eu estava escrevendo uma história que se passava parte no Brasil, parte na Argentina, e achei que esse contexto político e histórico era incontornável, precisava estar na história, seja como pano de fundo em alguns momentos, seja influenciando as personagens em suas decisões”, descreve.
Toni Moraes destaca algumas discussões interessantes em seu livro. “Uma delas é a questão das performances de masculinidade que nós, homens, temos desempenhado, em especial os homens da minha geração, na casa dos 35 a 40, e das gerações anteriores. É um jeito de olhar no espelho e encarar essas questões”, reflete.
Outro ponto que ele aponta diz respeito também às consequências das nossas escolhas, e de como estar atento ao contexto social em que estamos inseridos influencia nelas. “Este é um livro bem diferente do livro anterior [o romance ‘O ano em que conheci meus pais’, publicado em 2017] na ambientação, nos aspectos técnicos e no trabalho com a linguagem, porém de alguma maneira se relaciona com o livro anterior ao retomar alguns temas como família e política”, compara.
MATURAÇÃO
O autor diz que geralmente seus textos levam muito tempo de pesquisa. Com isso, o processo de escrita e revisão levou anos. “Sou uma pessoa que escreve devagar por isso. Comecei a escrever esse romance em 2018 e terminei a primeira versão no final de 2019. Fiz mais três grandes revisões no texto, tirando e incluindo coisas, até fechar uma versão final, muito próxima desta que agora está sendo publicada, no início de 2022”.
Essa pesquisa sempre inclui muitas coisas, diz ele. Nesse caso, em específico, por parte da trama se passar em outro país, a pesquisa precisou ser ainda mais profunda. “Nesse caso pesquisar o contexto histórico e social é muito importante para garantir a consistência da trama, das personagens, das caracterizações”, observa.
Sua atuação no mercado editorial começou em 2016, como assistente editorial, depois de uma mudança completa de carreira, detalha. “Saí da arquitetura para mergulhar nos livros. Sempre gostei muito de ler, então foi uma transição que pareceu muito natural, apesar dos percalços de se aprender um novo ofício. Hoje sou autor, editor da Monomito Editorial e também pesquiso Literatura Brasileira na USP [Universidade de São Paulo]. Na minha carreira de autor, publiquei um romance em 2017 e participei de algumas coletâneas de contos, algumas delas publicadas no exterior, em países como Noruega, Itália e Espanha”, ressalta.
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