Já no bairro da Condor, a tradição da encenação completa 56 anos em 2024, sendo a Paixão de Cristo mais antiga de Belém e a maior atividade que a juventude da Paróquia de São Judas Tadeu. “É realizada pela Juventude com a ajuda de muitos ex-participantes, comércios do bairro e algumas vezes com patrocínio, que às vezes aparece. Este ano, infelizmente estamos em busca ainda. Mas temos um figurino completo, arrumado, de personagens, a gente ensaia de segunda a sexta”, falou Flávio Lima, coordenador geral da apresentação.

O espetáculo conta, em média, com cinquenta pessoas. O palco principal da encenação sempre foi a Praça Princesa Isabel, mas após a pandemia de covid-19, o grupo não voltou a encenar no espaço, embora planeje voltar a ocupar a praça em 2025 e levar o teatro para toda a comunidade do entorno.

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“Nestes dias 26 e 27 de março, encenamos no Salão Paroquial, e na Sexta-Feira Santa [dia 29], a Paixão sai para rua e finaliza no estacionamento da igreja, um local organizado justamente para as atividades maiores da paróquia, que apesar de ser grande não comporta todo esse pessoal da Sexta-Feira Santa. É muita gente que vem para assistir”, disse Flávio.

Segundo o coordenador, um ponto positivo do trabalho é que da encenação saem grandes atores, e a apresentação acaba sendo uma grande escola. Tanto que a paróquia tem uma parceria com o grupo de teatro Catarse, que se formou a partir da apresentação.

“Hoje eles se apresentam no Theatro da Paz e alguns outros locais. A gente tem uma referência tão boa que não vêm pessoas só da comunidade, não é fechada só para paróquia, não tem uma idade mínima para participar, de seis anos para frente, pode vir participar. As portas são abertas para criança, adolescente, jovens, adultos, idosos, quem quiser”, contou Flávio.

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Os papéis da peça também são considerados pela organização um outro diferencial: são disputados, de tão forte que é o trabalho e de tanta aceitação que tem dentro da igreja, da comunidade e outras igrejas no entorno do bairro.

“Já existiram situações - este ano não, mas acontece com frequência - até de pessoas de outras religiões aderirem à proposta e participarem da Paixão de Cristo. Isso já aconteceu bastante”, pontuou Flávio.

EVANGELIZAÇÃO

No conjunto Júlia Seffer, o Grupo Teatral Shalon surgiu a partir da encenação da Via Sacra, em 1996, passando pelas ruas da comunidade com jovens cobertos por lençóis. O grupo pertence desde o seu início à Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, quando ainda era comunidade, e muitos dos jovens fundadores permanecem no grupo até hoje, porém o grupo vem se renovando. Este ano, a apresentação completa 29 anos.

“Quem vai contar a Paixão de Cristo será Santa Margarida Maria Alacoque, para um jovem rapaz. A devoção ao Sagrado Coração começou com ela. Nossa peça tem apresentadores que estão entre as cenas. Esse ano a paróquia completa 15 anos de criação, então vamos homenagear nosso padroeiro”, falou Breno Pinheiro, coordenador geral.

A encenação da Paixão de Cristo durante a Semana Santa, segundo ele, é um momento comovente para qualquer pessoa, atrai o público e evangeliza por causa da verdade dos fatos: Cristo, o inocente, o Cordeiro de Deus, entregou sua vida por todos nós.

“Que possamos evangelizar utilizado o Evangelho vivo. A história de Jesus precisa ser mostrada e divulgada cada vez mais. Recebemos pessoas novas para assistir ao espetáculo todos os anos e costumam voltar”, finalizou Breno.

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