As diferentes formas de arte se misturam com frequência. Em Belém, a música, a poesia e as artes cênicas se encontrarão em um espetáculo que promete emocionar o público. 

Thales Branche transita entre os mundos da educação, artes cênicas e musicais desde sempre acompanhado de seu violão. Em “Cantario”, o professor e multiartista de origens tapajônicas propõe um ato poético, uma viagem-oferenda navegante entre alguns dos universos que se encantam em suas composições autorais. O encontro de tais universos vai acontecer na sexta-feira, 22 de março, na sala de dança da Casa das Artes, às 19h.

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O cancioneiro que dá origem a “Cantario” é composto de causos e canções que convocam mitologia familiar, imaginações seresteiras, ciganias e encantarias afro-amazônicas, num passeio por paisagens diversas da cantoria ora serena, ora vigorosa do artista. Thales destaca que as músicas que integram o repertório de “Cantario” foram compostas a partir do contato com os universos experienciados ao longo de sua vivência. “Inicialmente, esse trabalho não surge como uma proposta exatamente artística. As composições, elas vêm antes de eu pensar em organizar o ato poético como obra artística. Essas composições, elas vêm quase que espontaneamente em momentos sensíveis de grande atravessamento emocional. Por isso são canções importantes no meu trajeto de vida”. O artista pondera que as composições acabam tornando-se uma espécie de canal por onde ele elabora uma série de questões emocionais importantes para si, como vida e morte, momentos de celebração e sua experiência enquanto afro-religioso. São questões importantes também para os seus, complementa, tais como familiares e comunidade religiosa.

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Thales considera que “Cantario” é feito para ser um momento de partilha em cantoria, mistério e poesia: nem show musical, nem espetáculo teatral. Muito mais uma performance, e, quiçá, um ritual:  “Acho que o público pode esperar um momento de partilha sensível, de questões que são de ordem bastante intima. Menos do que o momento de exibição, é, realmente, um momento de compartilhamento de material de muita intimidade, mas que eu tento trazer à tona, trazer para a partilha compreendendo que são espaços do humano, né? De intensidade, de profundidade de emoções, e acho que é rico também nas narrativas da nossa cultura tradicional, das encantarias. Então, o público pode esperar isso: uma partilha sensível, muito intima do universo que é particular, mas, que é partilhado também”, finaliza.

“Cantario” é um projeto premiado pelo Edital 12/2022 de Incentivo À Arte e Cultura da Fundação Cultural do Estado do Pará, ao mesmo tempo em que também é uma produção artística vinculada às ações do projeto institucional de pesquisa “Vozes Encorporadas: processos de criação e epistemologias caboclas na Amazônia” coordenado por Thales Branche em suas atribuições de artista-professor-pesquisador na Escola de Teatro e Dança da UFPA.

SERVIÇO:

  • Cantario: um ato poético de Thales Branche
  • Quando: 22 de março, às 19h
  • Onde: Casa das Artes, R. Dom Alberto Gaudêncio Ramos, 236, Nazaré. Belém-PA
  • Entrada franca

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