Nos dias 16, 23 e 30 de junho e 7 de julho, as ruas de Belém vão se encher da manifestação cultural cheia de cores e som, com os “Arrastões do Pavulagem 2024” e o calendário de atividades do Instituto Arraial do Pavulagem para a quadra junina.
Os arrastões reúnem, a cada edição, mais de 30 mil pessoas e este ano levarão às ruas o tema “O Arraial do Saber”, que vai privilegiar o saber das mulheres dentro da cultura popular.
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“O saber que a gente vai privilegiar é o saber das mulheres, das mestras da cultura popular, que por anos ficaram na invisibilidade. A gente quer dar foco ao saber dessas mulheres, primeiro porque o Arraial, na sua grande maioria, é formado por mulheres, desde a sua gestão até seus brincantes. Nós temos cerca 70% desse corpo de mulheres, é nossa obrigação fazer essa devolutiva, acender a luz sobre essas pessoas que estão com a gente”, falou João Guilherme, coordenador de Ensaios e Oficinas do Instituto Arraial do Pavulagem.
“Não tem ninguém que faça cultura popular onde não tenha uma mulher segurando uma barra. Essa campanha alerta para um preconceito que é cultural”, acrescentou o músico Ronaldo Silva, presidente do Instituto Arraial do Pavulagem.
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A partir do dia 10 de maio, começam as oficinas e ensaios, que se estenderão até 12 de junho, sendo marcadas por vivências didáticas para os inscritos - as tumas já foram completadas. Durante as oficinas, os participantes aprendem as modalidades de percussão (barrica, maraca, matraca, ficheiro, tambor-onça e reco-reco), perna de pau, dança e brinquedos animados. Depois de iniciados, eles se juntam a membros mais experientes do Batalhão da Estrela nos ensaios.
Já no dia 11 de maio, na sede do instituto, acontece o momento Oralidades, projeto do Instituto Arraial do Pavulagem que promove debates sobre saberes culturais ancestrais.
“Vamos trazer uma mestra do interior do estado e uma mestra da capital para falar sobre essa guarda desse brinquedo”, disse João Guilherme.
Um dos momentos mais esperados, o levantamento dos mastros, acontece no dia 13 de junho, quando serão realizados o Traslado Fluvial dos Mastros, o Ensaio Geral do Batalhão da Estrela e a Levantação dos Mastros, com atividades concentradas na Escadinha e na Praça Waldemar Henrique.
“A Escadinha está interditada, justamente para uma obra para a COP-30. Ainda estamos vendo como vai ficar, mas sempre tem uma saída e esse boi vai chegar”, falou o músico Júnior Soares, do Arraial do Pavulagem.
NAS RUAS
Após todas as etapas de preparação, nos dias 16, 23 e 30 de junho, e 7 de julho, os arrastões ganham a rua.
“O Arraial é um lugar, como a própria temática desse ano diz, é esse lugar de compartilhamento de saberes e fazeres. Esse é um legado superimportante, até porque a prática cultural bem estruturada, bem encaminhada, ela tende a se transformar numa cadeia produtiva interessante. É o caso do Arraial. Quando o cortejo está na rua, é a culminância de um processo que se inicia no mínimo 45 dias antes”, falou Ronaldo Silva.
Este ano o Arraial celebra seus 37 anos, segundo Ronaldo Silva, marcados por experimentações, onde o grupo acertou muita coisa e não foi feliz em outras.
“O Arraial é esse lugar onde a gente tem o direito de experimentar, ressignificar esse processo. Quando nós iniciamos essa brincadeira, a nossa fonte é a tradição da gente, é um mergulho para dentro. O Arraial faz um grande exercício, mergulha para dentro desse imaginário amazônico que, para a maioria de nós, ainda é muito desconhecido. E depois de 37 anos, a gente já consegue projetar de uma forma mais planejada os processos de aprendizagem que são resultados bem imediatos do ponto de vista do começo da brincadeira, porque os nossos instrutores vêm caminhando, vêm subindo os degraus do conhecimento, aprendendo a importância do trabalho e principalmente aprendendo a ter essa capacidade de cativar para esse aprendizado”, contou Ronaldo.
Realizada pelo Instituto Arraial do Pavulagem em parceria com a Equatorial Pará, Governo do Estado e Prefeitura de Belém, a 37ª edição do Arrastão do Pavulagem segue o mesmo trajeto do ano passado, com os cortejos iniciando com concentração na Praça da República, em frente ao Theatro da Paz. De lá, avançam pela Avenida Presidente Vargas, pela Rua Municipalidade e seguem até a Praça Waldemar Henrique - onde um show do Arraial do Pavulagem completa a festa. “O Arraial é uma escola sem parede e na rua a gente escreve essa história”, acrescentou Ronaldo.
ACOMPANHE
Calendário de ações - “Arrastões do Pavulagem 2024”
- Oficinas / Ensaios: 10 de maio a 12 de junho (sede do Instituto Arraial do Pavulagem)
- Rodas de boi (shows abertos da banda): 11 e 18 de maio – Praça dos Estivadores / Boulevard da Gastronomia
- Oralidades: 11 de maio (sede do Instituto Arraial do Pavulagem)
- Traslado Fluvial dos Mastros / Ensaio Geral / Levantação dos Mastros: 13 de junho.
- Arrastões do Pavulagem: 16, 23 e 30 de junho e 7 de julho
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