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Exposição que denuncia crimes da ditadura une artistas

Exposição Memória, Justiça e Verdade" na Galeria Benedito Nunes, com obras de 36 artistas, aborda crimes da ditadura militar. Visite de 6/12 a 5/1.

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Imagem ilustrativa da notícia Exposição que denuncia crimes da ditadura une artistas camera Mostra reúne pinturas, desenhos, esculturas, gravuras, colagens, objetos, fotografias, vídeos, instalações, performances e happenings de música e poesia. | SANCHRIS SANTOS E BÁRBARA FREIRE

A Galeria Benedito Nunes, da Fundação Cultural do Pará, recebe a exposição “Memória, Justiça e Verdade”, a partir desta quinta, 5. Com curadoria de Sanchris Santos e expografia de Marcelo Lobato, a mostra é resultado das colaborações de 36 artistas e professores-pesquisadores que usam a arte como resistência e cobrança por justiça pelos crimes cometidos pela ditadura militar de 1964 no Brasil.

“Atentos ao movimento de resistência, os artistas e professores-pesquisadores reavivam a memória para o não esquecimento, pela necessidade de justiça aos violados em seus direitos que foram brutalizados, assassinados pelo autoritarismo e denunciam os crimes contra a humanidade cometidos pelos militares durante o período da ditadura de 1964. Alertando que ainda continuamos em perigo, pois outras formas de controle e poder camufladas estendem suas garras em prol de uma nova ‘ordem e progresso’, por meio de práticas distorcidas, banalizando a vida, a arte e a cultura”, descreve a curadora em seu texto de abertura.

A apresentação de Sanchris também destaca o papel da artista e educadora Lúcia Gomes, cujo trabalho vem, sistematicamente, denunciando crimes contra os direitos humanos. Como seu recente “Sem Anistia para os golpistas!”. Na performance, Lúcia escreve a palavra “paz” com tinta comestível em que beijus macaquinhos, típicos de Quatipuru, município onde a artista mora.

Lúcia realizou a coordenação da mostra. “É relevante ressaltar que todos aqui reunidos foram contaminados pela artista Lúcia Gomes que, ao longo de sua trajetória, trouxe a pauta resistência à ditadura civil- militar brasileira, tendo todo mérito deste acontecimento!”, destacou Sanchris no texto.

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O projeto foi realizado com recursos dos próprios artistas colaboradores, com apoio da Fundação Cultural do Pará e da galeria. Como explica Sanchris na apresentação, a mostra foi organizada tendo três eixos para reflexão, que serão abordados em três rodas de conversa ao longo da programação, sempre das 10h às 12h e com mediação da curadora.

A primeira delas ocorre nesta sexta-feira, 6, com o tema “Memória, Imaginação e Tempo”, tendo a pesquisadora Janice Lima como agenciadora. No dia 10 de dezembro, será a vez do artista Tadeu Lobato conduzir o tema “Múltiplos Olhares e suas Sinalizações: Práticas que se Atravessam”. E no dia 13, Jaime Barradas fala sobre “Justiça...Exercícios de Verdades e suas Ausências”.

“Os três eixos foram norteadores da distribuição e organização das obras no espaço da galeria, que reúne pinturas, desenhos, esculturas, gravuras, colagens, objetos, fotografias, vídeos, instalações, performances e happenings de música e poesia”, explica Sanchris.

Participam da mostra os artistas-pesquisadores Aurora Evangeline, Bárbara Freire, Bruna Soares, Brenda Ayres, Calandrine Vasques, Chico Ribeiro, Gabi Borges, Gabriel Ramos, Janice Lima, Jair Tagore, Jaime Barradas, Jesus da Conceição, Luana Freitas, Lúcia Gomes, Luigi Ramos, Letícia Guedes, Lou, Lucas Franco, Maria Christina, Marcelo Lobato, Maria José Batista, Margalho Açu, Maitê, Maria Helena Reis, Mário Noronha, Marcus Vinicius da Silva, Nalu, Nina Matos, Noradrenalina, Patrícia Assunção, Karina Martins, Kley Araújo, Pluto, Sinval Santos, Sidney Sant e Thiago Ignácio.

Na abertura, esta noite, haverá apresentação do performer Jaime Barradas, leitura de poesias de Anne Cavalcante, Jetro Cabano Fagundes e Sinval Santos, e apresentação do show musical “Tributo ao Hera da Terra”, com o músico e compositor Edir Gaya e direção de Raimundo Sodré.

A finalidade maior da exposição, lembram os organizadores, não é a contemplação, “mas a fruição reflexiva de artistas e educadores que apelam para ‘ditadura, nunca mais!’, acreditando nas utopias como práticas necessárias de liberdade, expressão e cidadania e, em vigília, denunciam todo e qualquer terrorismo!”

Visite

  • Exposição “Memória, Justiça e Verdade”
  • Abertura: Hoje, 5, às 19h.
  • Visitação: De 6 de dezembro de 2024 até 5 de janeiro de 2025, de segunda a sábado, das 9h às 17h.
  • Onde: Galeria Benedito Nunes (FCP/Centur – Av. Gentil Bittencourt, 650 – Nazaré)
  • Quanto: Entrada franca
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