Como já era de se esperar, Fafá de Belém não ficou em cima do muro e falou abertamente sobre suas opiniões políticas em entrevista recente para a revista Veja, publicada nesta sexta-feira (19).

A cantora, que recentemente lançou Humana, seu 31º álbum, com canções mais politizadas e letras que problematizam questões desigualdade social e a diversidade cultural do país, criticou os rumos do governo Bolsonaro.

“Muita gente acha que votei no Bolsonaro. Esse pecado eu não cometi. Justifiquei meu voto, porque estava em Belém e moro em São Paulo”, afirmou.

Constantemente relacionada à direita política, Fafá rechaçou tal rótulo, relembrando seu apoio, junto com artistas como Milton Nascimento, pelo movimento das Diretas Já e ao Partido dos Trabalhadores (PT), na década de 90, período da redemocratização brasileira.

“Nunca fui de direita, e o PT foi um partido que todos nós um dia abraçamos. Comemoramos no meio da rua a vitória do Lula. Mas essa fase foi tão complicada… (Os governos petistas) acabaram com a Petrobras. A esquerda passou por um processo de autofagia. Aí veio uma proposta completamente contrária. Somos hoje um povo separado pela ideologia”, diz a cantora paraense, deixando no ar uma mágoa com a Globo, ao falar do movimento Diretas Já.

“Foi o grande trabalho que fiz na vida. Mas já tentaram apagar minha importância no movimento. Uma série da Globo, Os Dias Eram Assim, ignorou minha participação. No comício da Candelária, no Rio, cantei Menestrel das Alagoas a mais de 1 milhão de pessoas. Mas, em vez de mim, a série mostrou Milton Nascimento cantando Coração de Estudante. Eu fiquei tão… Olha, foi falta de pesquisa, igno­rân­cia ou sacanagem”.

Foto: Reprodução

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