Giovana Bombom tem 28 anos, é atriz de filmes adultos, negra, usa cabelo black power, feminista e está concorrendo a três categorias na edição do “Prêmio Sexy Hot 2019”, considerado do “Oscar do pornô brasileiro”. As informações são do UOL.

Segundo ela, foi no pornô que descobriu o feminismo. E hoje ela busca um olhar mais sensível e realista para a pornografia.

"Foi no pornô que descobri o feminismo. Meu cabelo foi muito impactante. Eram muitas piadas. No pornô, até então as mulheres eram muito 'montadas'. Queriam me diminuir de qualquer jeito ao falar do cabelo. Eu usei isso a meu favor. Eu estava no caminho certo.

No início, a atriz relembra que enfrentou muitas piadas, principalmente por conta do cabelo “impactante”, mas ela usou isso a seu favor. “Queriam me diminuir de qualquer jeito ao falar do cabelo”, contou ela, em entrevista ao UOL.

"Colocaram fotos minhas em um grupo só de produtores, onde falaram que meu cabelo era muito diferente. Insisti, gravei com uma produtora e no ano seguinte tinha sido indicada ao Prêmio Sexy Hot, pela melhor cena de orgia. As mesmas produtoras que me esnobaram, depois me procuraram. Eu respondi: meu cabelo ainda é crespo e não vou mudar para trabalhar com vocês. Eles me disseram que iriam aceitar, mas eu disse que não queria".

Antes do pornô, Giovana trabalhou como stripper em Minais Gerais. Foi lá que ela conseguiu o contato de atriz. Nascida no Amazonas e criada pelo pai na Bahia e em São Luís, Bombom começou no pornô para juntar “uma grana para voltar ao Nordeste”, mas acabou “gostando e querendo produzir mais conteúdos”.

A atriz diz que não se submete apenas ao cachê ou ao diretor, mas usa cada espaço para mostrar sua visão. “Meu empoderamento é muito forte. Meu gênio também”, destaca ela, acrescentando que “no pornô você vende inspirações e sonhos”.

Bombom conta que não atua com certas produtoras e que não permite um pornô violento, como “bater na minha bunda até ficar vermelha, segurar meu pescoço ou meu ‘black power”.  

Para a atriz, a violência dos filmes pornôs e a submissão das mulheres aos homens é que fazem com que as feministas “tendem a não gostar”.

Para ela, a ideia dos seus conteúdos é “mostrar a realidade, apresentar ao mundo o diferencial do pornô” e “valorizar a mulher brasileira não só como um fetiche ou como carne, só para transar. Valorizar o corpo da mulher brasileira: a branca, a preta...”.

Veja outros registros:

Bombom foi a única atriz com cabelo black power indicada ao Prêmio Sexy Hot. Foto: Reprodução

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