O ator Rafael Miguel, que interpretou o personagem Paçoca na novela "Chiquititas", do SBT, e seus pais, João Alcisio Miguel e Miriam Selma Miguel, foram assassinados em junho de 2019, em São Paulo.

Os três foram baleados após terem ido até a casa da namorada do ator de 22 anos, Isabela Tibcherani. O pai da namorada de Rafael, Paulo Cupertino Matias, teria sido o autor dos disparos, motivados por ele ser contra o namoro da filha. O crime aconteceu na Estrada do Alvarenga, no bairro Pedreira, na zona sul da Capital.

Cupertino conseguiu fugir. Em outubro de 2020, chegaram a circular informações que afirmavam que ele tinha sido preso na cidade de Centenário do Sul, no interior do Paraná, porém, a informação foi desmentida pela polícia de São Paulo. Até hoje ele não foi encontrado e segue foragido da Justiça.

Após exatos dois anos do crime, a ex-namorada do ator de "Chiquititas", Isabela Tibcherani, 20 anos, diz que até hoje sofre ataques de pessoas que culpam ela pela morte do ator. "Tenho de ler coisas do tipo, 'enquanto você está aí vivendo, o Rafael e os pais dele estão mortos, por culpa sua', 'como você consegue ficar aí postando foto nas redes sociais depois de tudo que seu pai fez?', 'você provavelmente sabia e ainda deve ter ajudado'. Isso é muito triste", contou em entrevista ao UOL.

O site detalhou que ela é assessorada por uma equipe jurídica para acionar caso se sinta ameaçada, mas que até o momento não tomou medidas legais contra "haters".

Ela relembra o dia do crime. “Foi a última vez que nos vimos, que fomos felizes, de fato, e esse dia me marca muito. As lembranças se tornam muito vivas nessas datas. Hoje, eu encaro como posso, com um olhar mais maduro e decidido, mas não deixa de doer”, conta Isabela.

Ao falar do pai, a jovem o descreve como um "homem agressivo, possessivo e egoísta" e afirma ter sequelas emocionais por isso. “É uma luta constante de autoconhecimento e aceitação."

Atualmente, a ex-namorada do ator Rafael Miguel trabalha no departamento administrativo de uma escola.

Ao UOL, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o paradeiro de Cupertino "segue em investigação pelo Departamento de Homicídios (DHPP) e pela Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências (Cerco)". Ele integra a lista de mais procurados do Brasil.

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