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MULTA MILIONÁRIA

Safadão se nega a pagar R$ 1 milhão por furar fila da vacina

Parece que o suposto "jeitinho" para passar na frente na imunização contra a covid-19 vai custar caro ao cantor. O Ministério Público do Estado do Ceará propôs um acordo com uma multa "salgada", mas o artista não aceitou.

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Imagem ilustrativa da notícia Safadão se nega a pagar R$ 1 milhão por furar fila da vacina camera O cantor Wesley Safadão apóss tomar a vacina contraa a Covid-19. | Reprodução

Wesley Safadão foi indiciado pelos crimes de peculato e infração de medida sanitária. O cantor, a esposa Thyane Dantas e a assessora e produtora do músico, Sabrina Tavares, estão sendo investigados por terem supostamente "furado" a fila de vacinação contra a covid-19 em Fortaleza, no Ceará.

De acordo com a Polícia Civil, as penas somadas podem chegar a 13 anos de prisão.

Safadão pode ficar 13 anos preso após furar fila da vacina

Wesley e Thyane surgiram nas redes sociais em 8 de julho deste ano comemorando por terem recebido o imunizante contra o coronavírus. Porém, o calendário municipal naquele dia era apenas para pessoas com 32 anos ou mais. A esposa do cantor tinha 30 anos, mas afirmou ter sido vacinada na mesma manhã e local que o marido.

O posto de vacinação em questão era em um shopping. Mas não era o local agendado para Safadão e a produtora receberem as doses. A suspeita é de que eles tenham ido a posto diferente para poder escolher o tipo de vacina - no caso, a da Jansen, que tem dose única.

Na quinta-feira (28), o cantor, a esposa e a assessora do músico negaram acordo com o Ministério Público do Ceará (MPCE).

Safadão usou o Instagram Stories para se manifestar sobre o ocorrido. O cantor afirma não ter chegado a um acordo com o MPCE porque queriam que ele se declarasse culpado e por exigirem uma quantia equivalente a R$ 1 milhão, "sendo que para um cidadão comum o valor é infinitamente menor".

Segundo nota enviada pelo MPCE ao F5, o órgão judicial propôs o pagamento de prestação pecuniária de 360 salários mínimos para Wesley, 360 salários mínimos para Thyane e 25 salários mínimos para Sabrina, cujo valor total seria destinado para entidade pública ou privada com destinação social. O comunicado esclarece que cada quantia foi calculada "considerando parâmetros legais e a estimativa da capacidade econômico-financeira de cada investigado".

Ao negarem a tentativa de acordo, eles propuseram o pagamento de 50 salários mínimos, o que foi recusado pelo MPCE. A nota diz ainda que a motivação para o processo envolve não apenas a vacinação de Wesley e Sabrina – que o fizeram dentro da data prevista –mas também a imunização de Thyane, que sequer estava agendada para aquele dia, porém foi beneficiada pelo desvio de uma das doses da vacina.

"Acrescente-se ainda que, com o intuito de beneficiar a vacinação do cantor, da esposa e da assessora, o MPCE investiga suposta movimentação de setores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Fortaleza para que funcionários terceirizados pudessem facilitar a vacinação dos investigados', afirma o documento, complementando que em novembro designará uma data para que tal suspeita seja investigada.

A nota explica também que o Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) impõe que, para a celebração do entendimento entre as partes, haja confissão circunstanciada dos fatos. "O MPCE não exigiu declaração de culpa dos investigados, mas a própria legislação determina isso no artigo 28-A do Código de Processo Penal", diz trecho do documento.

"Considerando a natureza pública da investigação, o Ministério Público não aceitou o pedido de sigilo de eventual confissão proposto pelos suspeitos", informa a nota que finaliza afirmando que um acordo ainda pode ser realizado e que, caso não ocorra, os próximos passos do processo serão avaliados.

Safadão admitiu que foi um equívoco se vacinar em lugar diferente do que foi determinado para ele, mas disse que fez isso por ter sido orientado a evitar o local em que estava cadastrado para se imunizar devido a lotação. "Sempre fui muito transparente com meu público, até demais! Se eu achasse que estava fazendo algo errado, ou cometendo um crime, vocês acham mesmo que eu publicaria?", questionou.

Ele finalizou o anúncio se desculpando pelo erro e dizendo que está triste com tudo que aconteceu. "Peço perdão à população da minha cidade, do meu país. Hoje realmente vi que fui mal assessorado sobre me vacinar em outro local, me disseram que não tinha problema algum essa mudança e eu acreditei. Realmente fui mal orientado", lamentou.

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