Dados de um relatório da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) aponta que o número de casos de violência contra veículos de comunicação e jornalistas subiu 54,07% de 2018 para 2019. Foram registrados 208 casos contra 135 no período de comparação. Entre os 208 registros, 114 foram de "descredibilização" da imprensa e 94 de agressões diretas a profissionais.

Na semana passada, o jornalista Daniel Carniel, que é dono da Adesso TV, do Rio Grande do Sul, entrou no ar com o nariz sangrando após ser agredido na entrada da emissora. Ao chegar na porta da empresa, na última sexta-feira (14), Daniel recebeu chutes e socos de um homem que ainda não foi identificado. Ele é responsável pelo programa “Prato Limpo”.

Veja o momento:

Em entrevista ao UOL, Daniel disse que considera o ataque um atentado. “Eu estava chegando para trabalhar, estacionei o carro e atravessei a rua, quando vi dois homens sentados [perto da porta do prédio da TV], o que é normal ter gente sentada ali. No momento em que estava atravessando, um dos rapazes foi embora e o outro ficou. Quando passei, ele perguntou: ‘você é o Daniel?’. Eu falei que ‘sim’. Ele me empurrou para o hall do edifício e me deu um soco. Fiquei zonzo. Ele me deu uma rasteira e caí no chão”, contou.

Segundo ele, o motivo para ter entrado no ar com o rosto ensanguentado não foi sensacionalismo. “Por que eu fiz isso? Sensacionalismo? Não, porque com o ambiente [político] que está na cidade, eles iam dizer ‘ah, esse programa forjou uma agressão…’. Daí eu fui para o ar para mostrar ‘não, gente, eu apanhei mesmo’. Isso não pode acontecer”, disse.

“O delegado… ele também acredita que seja motivação política, mas claro que ele vai investigar. Ele também suspeita que [o agressor] seja de fora. Há muitas imagens, e claras. Então a gente acha que logo vão encontrar [o suspeito]”, finalizou ele, que fez boletim de ocorrência e vai fazer exame de corpo de delito.

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