Bruno Gagliasso afirmou neste sábado (3) serem "horríveis" as recentes mudanças nos ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas.
Eleitor declarado do presidente Lula com quem chegou a se encontrar em agosto de 2022 e a chamar de "meu presidente" e ativista ambiental, o ator de 41 anos disse à Folha que o esvaziamento das pastas decorre de "falta de educação ambiental".
"O desmonte está acontecendo por causa de falta de informação. Muitas vezes, quem está na cidade não está preocupado, não se lembra dos indígenas, dos ribeirinhos, da população negra, que muitas não têm o que comer", disse Gagliasso, referindo-se ao fato de que, frequentemente, é atribuída a esses grupos a responsabilidade de preservação das florestas.
Uma recente medida provisória (MP) de reestruturação dos ministérios, recém-aprovada pelo Senado, retirou atribuições das pastas do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, lideradas por Marina Silva e Sônia Guajajara, respectivamente.
O relatório do deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL) propõe, por exemplo, a retirada da Agência Nacional de Águas, a ANA, e o Cadastro Ambiental Rural, o CAR, do ministério do Meio Ambiente, e a demarcação de terras indígenas do ministério dos Povos Indígenas.
Gagliasso esteve pela manhã deste sábado no Pavilhão da Bienal, no parque Ibirapuera, participando do evento NFT.Brasil, no qual ele apresentou um painel sobre a atuação de sua empresa, a Pachamama Trading. O projeto, em que Gagliasso é sócio, busca tornar florestas preservadas em ativos financeiros --ou "patrimônio verde".
"Não sou um ativista de levar problemas, mas soluções. Não dá para contar apenas com o governo. A preservação do meio ambiente feita por essas comunidades é uma prestação de serviço, um produto pelo qual elas devem ser remuneradas", disse o ator, que, com a iniciativa, busca reverter a lógica em que a pressão econômica derruba árvores.
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