Dizem que, não importa o tamanho da plateia, o artista precisa fazer o seu melhor. Bruno Mars não deve se apresentar para só 2.000 pessoas há mais de uma década, desde que alcançou o status de novo rei do pop, mas parece concordar com o clichê.
Para abrir sua nova turnê no Brasil, o cantor fez um show para esta plateia diminuta na noite desta terça-feira (1º), no Tokio Marine Hall, em São Paulo. A apresentação foi restrita a convidados e aos ganhadores de uma promoção que a Budweiser fez há alguns meses para arrecadar doações aos desabrigados pelas enchentes no Rio Grande do Sul em maio.
Bruninho, como ficou conhecido pelos fãs em sua última passagem pelo país, estava tão empolgado quanto no The Town, festival onde se apresentou duas vezes para plateias de cem mil pessoas em setembro do ano passado.
Subiu ao palco pontualmente, às 21h, e não demorou a entregar o que os fãs mais queriam --seus maiores hits. Não que isso seja difícil, já que sucessos arrasa-quarteirão não faltam em seu repertório.
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Bruno começou com "24K Magic", como tem feito em todas as suas apresentações pelo mundo, mas logo voltou um pouco mais ao passado para cantar "Treasure", cujo refrão chiclete a plateia acompanhou com as mãos para o alto, batendo palminhas. Ele emendou um solo de guitarra que fez o público ficar desorientado por poucos seguintes, mas logo quebrou o espanto com "Billionaire".
A plateia então reagiu com sua maior efusividade até aquele momento, ao que ele correspondeu. Findada a apresentação da faixa como gravada em estúdio, Bruno se aproximou o máximo que pode da borda do palco, os holofotes todos em sua direção, e cantou o refrão da mesma canção quase todo a capella, exceto por alguns ajustes que aproveitou para fazer em sua guitarra.
Até aí, Bruno indicava que poderia apenas apresentar um amontado de hits um atrás do outro --o que não seria nada ruim de assistir, visto sua extensão e potência vocal, que vai dos graves aos agudos, mais finos como em "Please Me" ou mais roucos em "Locked Out of Heaven", talvez o ponto mais alto da apresentação.
Mas Bruno quis ir além. Dançou sem medo de errar, ao lado de uma banda de oito integrantes com quem mostrou ter afinidade e que acompanhou seus passinhos enquanto tocava toda sorte de instrumentos.
Pode parecer pouco, mas o desapego a um roteiro e uma conexão mútua com a plateia é hoje algo notável para uma superestrela do pop. Não é mais a isso, afinal, que o público está acostumado, como evidenciam apresentações recentes um tanto mornas no país --para citar um exemplo recente, houve o playback descarado de Akon no Rock in Rio, há uma semana, e as apresentações todas iguais de Taylor Swift no ano passado, mais quais a cantora não alterou nem sequer uma linha de suas falas ou de sua set-list.
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